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Traficante depõe por telefone
da Sucursal de Brasília
Em depoimento telefônico, o
traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, afirmou ontem que só dará mais informações sobre o esquema do
tráfico de drogas e o envolvimento de policiais com o crime organizado se a Polícia Federal e a CPI
do Narcotráfico garantirem proteção a seus familiares.
O depoimento foi prestado a
delegados e agentes da PF num
esquema montado na CPI do
Narcotráfico, com a presença da
deputada Laura Carneiro (PFL-RJ), sub-relatora do Rio de Janeiro. Beira-Mar falou por cerca de
30 minutos com os policiais e prometeu novos contatos na próxima semana.
Negociação
O depoimento telefônico de
Beira-Mar começou a ser negociado com a CPI do Narcotráfico
anteontem à tarde. Por volta de
15h30, um emissário do traficante
telefonou para a deputada e disse
que ele ligaria para a CPI às 16h.
No horário combinado, Beira-Mar falou com um policial federal
que assessora a CPI e marcou novo contato para ontem de manhã.
Nenhum integrante da CPI falou
com o traficante porque a decisão
é só ouvi-lo pessoalmente.
Ontem de manhã, ele voltou a
telefonar para a CPI, depois de ter
dado entrevista à rádio CBN. À
tarde, o traficante ligou novamente. Por volta de 18h, ele prestou
depoimento por telefone à PF.
O depoimento foi gravado, e a
fita está em poder da Polícia Federal. "O depoimento não acrescentou nada. Acho que muitas coisas
que ele disse não são verdadeiras.
Por isso, a CPI vai continuar investigando", afirmou a deputada
Laura Carneiro.
Revanche
Para Carneiro, Beira-Mar quer
"explodir" o trabalho da CPI e do
Ministério Público porque pessoas da sua quadrilha estão sendo
presas.
A deputada, que acompanhou o
depoimento, mas não fez perguntas, disse que o traficante não
aceitou se entregar, embora os
policiais tenham insistido, inclusive com promessas de garantia
da sua integridade física.
Na próxima semana, os deputados irão ao Rio para investigar o
esquema de Beira-Mar e suas ligações com policiais.
No depoimento à CPI, ele negou
que tenha envolvimento com o
policial civil José Luiz Magalhães,
mas acusou outros três policiais.
Ao pedir proteção à sua família,
Beira-Mar disse que suas irmãs
não têm ligações com suas atividades criminosas.
Ele também defendeu a delegada Maria Rodrigues Vasconcelos,
que trabalha em João Pessoa (PB),
que teria fornecido informações
sigilosas ao traficante e protegido
suas irmãs.
(LUIZA DAMÉ)
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