São Paulo, sábado, 25 de março de 2000


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Traficante acusa mais 3 de extorsão

da Sucursal do Rio

O traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, acusou ontem os policiais civis Alexandre Campos Faria e Carlos Coelho Macedo de lhe terem extorquido R$ 40 mil e tentado obter mais R$ 110 mil, para que a sua família não fosse processada.
Também acusou um agente federal de Minas Gerais, identificado como Figueiró, de tentar extorqui-lo em troca da não-abertura de processo contra suas irmãs. A acusação foi feita em entrevista ontem pela manhã à rádio CBN.
Beira-Mar também reafirmou a denúncia contra o agente federal Luiz Benício Ramos Brivati, que já tinha sido citado em uma fita gravada pela Polícia Federal, com uma conversa entre o traficante e um policial.
Os policiais civis, que são da DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes) do Rio de Janeiro, já estavam presos, mas a polícia não informou o motivo.
Beira-Mar também acusou a Corregedoria da Polícia Civil do Rio e a promotora Márcia Velasco, da 3ª Central de Inquéritos, de não terem dado atenção às denúncias sobre as extorsões.
"Se ela tem na mão uma fita em que eu digo que o Alexandre, o Macedo e o Luiz fizeram uma sacanagem comigo... Eles me "mineraram", tomaram R$ 40 mil, foram para a delegacia, tem registro disso. Sabe o que ela respondeu? A gente vai averiguar isso e se realmente for provado... Tá provado, a fita taí."
O procurador-geral de Justiça, José Muiños Piñeiro Filho, divulgou nota oficial inocentando a promotora das acusações. "Todas as denúncias feitas pelo traficante e levadas ao conhecimento da dra. Márcia foram por mim pessoalmente encaminhadas ao secretário da Segurança Pública."
Beira-Mar disse que estava procurando a imprensa por não ter direito de defesa. "Se eu for pego, vou ser morto."
O traficante inocentou os policiais cariocas Ricardo Wilke e José Luiz Magalhães, que em conversas gravadas pela Polícia Federal foram denunciados pelo próprio Beira-Mar. Segundo ele, os dois estão sendo vítimas de briga política dentro da Polícia Civil. Os dois foram afastados do cargo -Magalhães após denúncias do ex-coordenador de Segurança Luiz Eduardo Soares e Wilke após a divulgação da fita gravada pela Polícia Federal.



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