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OUTRO LADO
"Ameaçados são separados e transferidos"
DA REPORTAGEM LOCAL
Presos que relatam sofrer
ameaças de morte são separados, prestam depoimento
e acabam transferidos para
outra unidade mais segura
logo que haja vaga, segundo
o coordenador dos presídios
do Vale do Paraíba e Litoral,
Carlos Alberto Corade, 47.
""O Demerval [Barbosa de
Souza" não informou que
corria risco de vida", afirma
o coordenador.
Corade não ocupava o cargo quando o detento Edson
Bezerra do Carmo, o Gigante, morreu, por isso não quis
falar sobre ele.
Há uma sindicância e um
inquérito policial investigando a rebelião de dezembro de 2000 na Casa de Custódia de Taubaté. Entre os
nove mortos está Gigante.
""Falhas ocorreram para
que as armas entrassem na
unidade", diz o corregedor
da Secretaria da Administração Penitenciária, Clayton
Alfredo Nunes, 41.
O motim começou porque
o detento Jonas Mateus, da
facção criminosa PCC, rendeu um agente prisional
com uma pistola.
Nunca foi explicado como
a arma entrou no Anexo de
Taubaté.
Outro procedimento, na
Corregedoria dos Presídios
de São Paulo, ligada ao Tribunal de Justiça, investiga
denúncias que Gigante fez
por carta antes morrer.
Já foi pedida a quebra do
sigilo telefônico, que ele disse servir para combinar esquemas de entrada de armas
e fugas com policiais.
No caso de Souza, há uma
investigação, mas o resultado não foi divulgado pela secretaria.
Segundo Nunes, a Corregedoria dos Presídios acompanha o inquérito policial e
apenas arquiva sua sindicância caso Ministério Público dê por encerrada a
apuração do crime.
""Os presos só costumam
delatar ações do PCC quando estão em situação de dissidência, correndo risco de
vida", afirma.
O ideal, de acordo com o
corregedor, seria ter mais
unidades para colocar presos separados, como ocorre
em presídios nas cidades de
Taubaté, Avaré e Presidente
Venceslau.
""É a única forma de preservar a vida de uma pessoa
jurada no sistema."
No próximo dia 2, outra
unidade desse tipo será
inaugurada em Presidente
Bernandes (589 km de SP).
Nessas unidades, os detentos ficam em celas separadas
e saem para o banho de sol
em pequenos grupos, escolhidos após consulta da direção aos presos.
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