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MÉDICO SUSPEITO
Nem todas as vítimas de pediatra seriam seus pacientes, acredita a polícia; acusado reclama do "massacre" da imprensa
Abusos teriam começado há mais de 2 anos
DO "AGORA"
DA REPORTAGEM LOCAL
A polícia suspeita que o pediatra
e psicoterapeuta de adolescentes
Eugenio Chipkevitch tenha começado a abusar sexualmente de
seus pacientes há mais de dois
anos. O médico foi preso na última quinta-feira sob a acusação de
praticar esse crime.
Parte das cenas presentes nas fitas de vídeo em que o médico aparece com menores teria sido gravada no consultório que Chipkevitch deixou de usar há dois anos.
A suspeita é de Waldir Tabach,
investigador-chefe do 51º DP (Butantã), que apura o caso. "Há imagens em que eu reconheço o consultório atual, mas em outras o
ambiente parece ser do consultório antigo." Os dois ficam no
Brooklin Novo (zona sul).
Se confirmado que o pediatra
começou a praticar abusos sexuais contra pacientes há mais de
dois anos, o número de vítimas
pode ser maior que o estimado.
Com base nas 37 fitas de vídeo
apreendidas, a polícia supunha
que pelo menos 40 adolescentes
tenham sido vítimas do médico.
A polícia também suspeita que
nem todas as vítimas de Chipkevitch eram seus pacientes. Investiga a possibilidade de jovens que
auxiliavam o profissional em suas
publicações (boletins e revistas) e
outras atividades terem sido alvo
do profissional. "Ele tinha outras
atividades com um grupo de jovens", afirmou o delegado titular
do 51º DP, Virgílio Guerreiro Neto. De acordo com ele, Chipkevitch teve cerca de 3.000 pacientes. O delegado deve ouvir o médico hoje no fim da tarde.
O pediatra está preso no 13º DP
(Casa Verde), onde ficam detentos com curso superior. Ontem,
recebeu a visita de pelo menos
dois advogados, segundo policiais
do distrito. Mas o suspeito ainda
não tinha, até o fim da tarde, um
defensor nomeado. Uma empregada de Chipkevitch esteve no local para entregar roupas.
O médico está sozinho em uma
cela por precaução. Policiais disseram que aparenta calma e fala
pouco. Reclamou, segundo esses
policiais, de sofrer um "massacre"
da imprensa.
Ainda de acordo com a polícia,
ele não tem parentes no Brasil
-o pediatra nasceu na Ucrânia e
veio com os pais para o país aos 15
anos. O filho adotivo do pediatra,
informou a polícia ontem, já estava sob a guarda temporária da
mãe antes do início do escândalo.
Segundo apurou a Folha, as autoridades já tiveram acesso a algumas mensagens enviadas por
Chipkevitch de seu e-mail. Em
nenhuma havia conteúdo que indicasse vinculação com pedofilia.
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