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ADMINISTRAÇÃO
A seis meses da eleição, prefeita participa de oito eventos, entre eles
um almoço gratuito para mil pessoas, durante sete horas em região estratégica de votos
Na zona leste, Marta realiza visita em ritmo de campanha
FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL
Almoço gratuito para mil pessoas, palanque no meio da rua e
promessas à população. De terno
cinza e salto alto, a prefeita Marta
Suplicy (PT) foi a atração de uma
maratona de oito eventos públicos em sete horas na zona leste
ontem -a seis meses do primeiro
turno da eleição municipal.
O corre-corre da petista, que já
se declarou candidata à reeleição,
começou ao meio-dia com uma
visita a obras de uma escola, no
bairro Cidade Kemel. De lá a prefeita seguiu para um almoço na
futura sede da Subprefeitura do
Itaim Paulista. Cerca de mil pessoas foram ao evento, organizado
e pago (R$ 8.000) pelo subprefeito
João Nascimento e assessores.
Nesse local Marta reuniu-se
com analistas do Banco Mundial
para falar sobre possível parceria
-técnica e financeira- para o
desenvolvimento da área. O plano
que prevê modificações urbanas e
isenção de impostos para quem
investir mais de R$ 1 milhão é
uma das prioridades da atual gestão para a zona leste -responsável por grande parte dos votos de
Marta em 2000 (ela obteve 38%
dos votos válidos na região).
Dos dez entrevistados pela Folha durante o almoço grátis (frango, arroz e legumes), nenhum sabia o motivo da visita da prefeita.
"Eu estava meio adoentado, não
fui trabalhar e aceitei o convite para o almoço. Nem sabia que a
Marta viria", disse Sílvio Costa,
37, segurança da Febem.
Do lado de fora, faixas de vereadores petistas que tentarão a reeleição. Dentro, Marta foi aplaudida ao ironizar outras regiões da
cidade. "Quando a ciumeira lá da
zona sul ou da norte aparece...
Mas por que a zona leste [vai ganhar um plano de desenvolvimento]? Por que tanta coisa para
a zona leste? Eu falo: gente, vamos
fazer para a cidade inteira. Mas a
zona leste... ah, é a zona leste."
Depois, ela foi visitar obras de
uma ponte na avenida Marechal
Tito. Espremida pela população,
Marta beijava crianças, pedia a assessores que tentassem resolver
problemas de alguns cidadãos e,
para quem pedia autógrafo, desenhava um coração com o seu nome dentro.
Eram 15h30. Marta, que já havia
sujado a manga esquerda do casaco e enterrado o salto na lama,
continuou o roteiro e alfinetou os
antigos prefeitos. "Essa obra [a
ponte] estava prometida havia 20
anos, mas nunca realizaram. Agora, vai desencantar em 90 dias."
Mais aplausos. "A prefeita é gente
fina", diz Lúcia Paixão, 45, moradora do bairro que pediu para fazer uma foto ao lado dela.
Na biblioteca Vicente Paulo
Guimarães, duas paradas depois,
críticas a Celso Pitta e a Paulo Maluf. "Já fizemos em dois anos e
meio mais que eles dois em oito
anos de governo."
Na sexta parada, às 17h, Marta
visitou a horta dos moradores, ganhou flores e discursou em palanque montado pela prefeitura, ao
lado da praça em obras. "Estamos
fazendo muitas obras que perturbam a região. Mas vão beneficiar
milhões de pessoas quando estiverem prontas", disse Marta.
A prefeita ainda teve fôlego para
visitar um centro de saúde e, de
noite, entregar a nova iluminação
da praça Renata Agondi, onde retomou sua promessa de instalar
40 mil novos pontos de luz até o
final do ano.
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