São Paulo, quinta-feira, 25 de março de 2004

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ADMINISTRAÇÃO

A seis meses da eleição, prefeita participa de oito eventos, entre eles um almoço gratuito para mil pessoas, durante sete horas em região estratégica de votos

Na zona leste, Marta realiza visita em ritmo de campanha

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

Almoço gratuito para mil pessoas, palanque no meio da rua e promessas à população. De terno cinza e salto alto, a prefeita Marta Suplicy (PT) foi a atração de uma maratona de oito eventos públicos em sete horas na zona leste ontem -a seis meses do primeiro turno da eleição municipal.
O corre-corre da petista, que já se declarou candidata à reeleição, começou ao meio-dia com uma visita a obras de uma escola, no bairro Cidade Kemel. De lá a prefeita seguiu para um almoço na futura sede da Subprefeitura do Itaim Paulista. Cerca de mil pessoas foram ao evento, organizado e pago (R$ 8.000) pelo subprefeito João Nascimento e assessores.
Nesse local Marta reuniu-se com analistas do Banco Mundial para falar sobre possível parceria -técnica e financeira- para o desenvolvimento da área. O plano que prevê modificações urbanas e isenção de impostos para quem investir mais de R$ 1 milhão é uma das prioridades da atual gestão para a zona leste -responsável por grande parte dos votos de Marta em 2000 (ela obteve 38% dos votos válidos na região).
Dos dez entrevistados pela Folha durante o almoço grátis (frango, arroz e legumes), nenhum sabia o motivo da visita da prefeita. "Eu estava meio adoentado, não fui trabalhar e aceitei o convite para o almoço. Nem sabia que a Marta viria", disse Sílvio Costa, 37, segurança da Febem.
Do lado de fora, faixas de vereadores petistas que tentarão a reeleição. Dentro, Marta foi aplaudida ao ironizar outras regiões da cidade. "Quando a ciumeira lá da zona sul ou da norte aparece... Mas por que a zona leste [vai ganhar um plano de desenvolvimento]? Por que tanta coisa para a zona leste? Eu falo: gente, vamos fazer para a cidade inteira. Mas a zona leste... ah, é a zona leste."
Depois, ela foi visitar obras de uma ponte na avenida Marechal Tito. Espremida pela população, Marta beijava crianças, pedia a assessores que tentassem resolver problemas de alguns cidadãos e, para quem pedia autógrafo, desenhava um coração com o seu nome dentro.
Eram 15h30. Marta, que já havia sujado a manga esquerda do casaco e enterrado o salto na lama, continuou o roteiro e alfinetou os antigos prefeitos. "Essa obra [a ponte] estava prometida havia 20 anos, mas nunca realizaram. Agora, vai desencantar em 90 dias." Mais aplausos. "A prefeita é gente fina", diz Lúcia Paixão, 45, moradora do bairro que pediu para fazer uma foto ao lado dela.
Na biblioteca Vicente Paulo Guimarães, duas paradas depois, críticas a Celso Pitta e a Paulo Maluf. "Já fizemos em dois anos e meio mais que eles dois em oito anos de governo."
Na sexta parada, às 17h, Marta visitou a horta dos moradores, ganhou flores e discursou em palanque montado pela prefeitura, ao lado da praça em obras. "Estamos fazendo muitas obras que perturbam a região. Mas vão beneficiar milhões de pessoas quando estiverem prontas", disse Marta.
A prefeita ainda teve fôlego para visitar um centro de saúde e, de noite, entregar a nova iluminação da praça Renata Agondi, onde retomou sua promessa de instalar 40 mil novos pontos de luz até o final do ano.


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