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Investigação será dividida em 2 frentes
da Reportagem Local
A Delegacia Geral da Polícia Civil
decidiu separar as investigações da
máfia da propina. A partir de hoje,
os inquéritos de supostos esquemas de corrupção envolvendo secretarias e autarquias municipais
serão presididos pelo delegado Itagiba Franco, titular da Diprocom
(Divisão de Polícia Comunitária).
Os primeiros alvos serão a Secretaria da Educação, a Secretaria da
Cultura e a Prodam (Companhia
de Processamento de Dados do
Município de SP).
A decisão foi formalizada em
mensagem de telex do delegado-geral Marco Antônio Desgualdo ao
delegado Eduardo Hallage, diretor
do Dird (Departamento de Identificação e Registros Diversos). Hallage é superior imediato dos delegados Romeu Tuma Jr. e Naief
Saad Neto, que comandaram todas
as apurações feitas até agora.
À Folha, o delegado Jurandir
Corrêa de Sant'Anna, assistente de
Desgualdo, disse que ficam com
Tuma Jr. e Saad a apuração das denúncias envolvendo as administrações regionais e a SAR (Secretaria das Administrações Regionais),
além do inquérito que apura a ação
da rede na limpeza pública.
Sant'Anna afirmou que a medida
foi tomada com intenção de reforçar a equipe que investiga a máfia.
Na semana passada, Tuma Jr.
chegou a pedir férias alegando recursos materiais e humanos insuficientes para tocar o caso satisfatoriamente. Desgualdo forneceu investigadores e determinou que novos casos seguissem para Franco.
O telex encaminhado a Hallage,
porém, não é tão claro. O texto permite o entendimento de que as novas denúncias, sem exceção, devam ser encaminhadas a Franco.
O caso foi esclarecido à Folha pela delegacia-geral, mas dentro da
Polícia Civil a dúvida persistia.
A Folha apurou que a imposição
de mais um delegado para apurar o
caso, Itagiba Franco, pode representar uma tentativa do delegado-geral, Marco Antônio Desgualdo,
de neutralizar a equipe de Eduardo
Hallage, homem de confiança do
ex-secretário José Afonso da Silva.
Franco, que já trabalhou com
Desgualdo no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à
Pessoa), canalizaria as investigações para um grupo com ligações
estreitas com a Delegacia Geral.
Foi avaliado que, nos últimos
dois meses, período em que o caso
tomou maior fôlego na mídia, só o
grupo forte do ex-delegado-geral
Luis Paulo Braga Braun ganhou
destaque, em detrimento da atual
cúpula da Polícia Civil.
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