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Não há problema ético, diz CRM
da Reportagem Local
O fato de um ginecologista ter
feito o atestado de depressão para
Vicente Viscome não representa
problema ético, segundo o Conselho Regional de Medicina paulista.
"Qualquer médico com diploma
e registro profissional pode fazer
qualquer tipo de procedimento
médico", afirma Pedro Paulo
Monteleone, presidente CRM.
Ele admite que, em princípio,
atestar um quadro de depressão
seria atribuição de um especialista
em doenças psicossomáticas
-um psiquiatra.
O risco que alguém de fora da especialidade corre é errar no diagnóstico ou fornecer dados inverídicos. "Um médico alheio à área
assume os riscos e responsabilidades do diagnóstico que está fazendo", explica Monteleone.
Se há incorreção, cabe processo
disciplinar contra o médico e,
eventualmente, punição. No âmbito do CRM, as punições vão da advertência à cassação do direito de
exercer a profissão.
Sobre o fato de Viscome ser foragido, o CRM considera que não há
possibilidade de punição. "O médico não tem dever de denunciar
ninguém. E está protegido pelo sigilo profissional", diz o presidente
do CRM.
Monteleone afirma que o médico
tem o dever de não passar informação sobre o paciente a ninguém, como forma de preservar a
privacidade dele.
E não pode se negar a atender
pessoa procurada pela polícia.
"Pelo contrário: é dever não negar
atendimento a ninguém", diz.
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