São Paulo, Quinta-feira, 25 de Março de 1999
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3 presos negam participação no sequestro

da Agência Folha, em Goiânia

Pelos menos três dos cinco suspeitos presos pela Polícia Federal em Campinas (99 km de SP) negam a participação no sequestro em Goiânia. Eles falaram à Agência Folha na sede da PF.
Ronaldo Calgaro, que se diz vendedor de cosméticos, afirmou que foi preso quando trabalhava nas ruas de Campinas, vendendo os seus produtos.
"Não tenho nada com isso. Eu não conhecia essas pessoas, não tinha nenhum contato com elas. Entramos de gaiato", disse ele, que é suspeito porque as contas dos telefones celulares iam para a sua casa.
Ele isenta de culpa também a sua mulher, Marlene Paixão, que é suspeita por ter comprado os celulares com os documentos de outras duas mulheres -M.H.V. e F.V., que também foram presas, embora a polícia admita que precisa esclarecer melhor se de fato elas cederam os documentos sem saber do sequestro.
"Foi a Maria Lúcia (Paixão, sua irmã) que pediu para eu comprar os celulares com os documentos dela", disse Marlene, que alega não saber que os três aparelhos, adquiridos entre os dias 25 e 30 de novembro, seriam usados no sequestro.

Oliveira
Ivanilda Oliveira, que diz ser proprietária de um bazar de material escolar, também nega seu envolvimento.
"Eu faço de tudo para cuidar do meu filho. Se os meus irmãos fazem confusão, eu não tenho nada com isso", disse, assinalando: "Eu já fui presa várias vezes por causa deles".
Ivanilda é suspeita porque o recibo de um dos carros usados no sequestro, comprado há um ano e meio, tinha o seu endereço.
"Eles são bandidos mesmo. Mas não dá para incriminar todo mundo", disse.
A família Oliveira já teve oito irmãos. Segundo Ivanilda, três morreram em conflitos com a polícia. Dos outros cinco, quatro estão presos -ela, José Francisco, Moacir e Mauro- e outro, Ademir, está sendo procurado pela Polícia Federal.
O seu pai, Francisco de Oliveira, morreu em 1976, durante uma rebelião em Curitiba (PR). Os Oliveira vivem em São Paulo e no Mato Grosso do Sul.


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