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ESTRADAS
Reajuste anunciado pelo secretário estadual dos Transportes terá como base o IGP-M e pode chegar a 10%
Pedágios de SP ficam mais caros em junho
ALESSANDRO SILVA
da Folha Ribeirão
O Secretário de Estado dos
Transportes, Michael Zeitlin,
anunciou ontem que o preço dos
pedágios paulistas será reajustado
em junho.
O aumento terá como base o
IGP-M (Índice Geral de Preços do
Mercado) da FGV (Fundação Getúlio Vargas) do Rio.
Se o reajuste fosse hoje, por
exemplo, a tarifa estaria 5,14%
mais cara, segundo índice acumulado nos últimos 12 meses.
A data-base (junho) está prevista
nos contratos assinados com as
empresas concessionárias e altera
os demais que ainda estão sob o
controle do governo estadual.
Em São Paulo, há um preço único fixado por quilômetro rodado,
diferente apenas do tipo de pista:
se é simples ou dupla.
Somente nos nove lotes de rodovias privatizados há 37 praças de
pedágio funcionando hoje.
"Isso ficou acertado na criação
do plano de concessão, fez parte do
edital e integra o contrato. O governo de São Paulo é sério e vai
corrigir a tarifa pelo IGP-M", afirmou ontem o secretário dos Transportes.
Na região noroeste do Estado,
perto de Ribeirão Preto (319 km de
São Paulo), o número de pedágios
triplicou após o início da privatização das estradas.
São 14 as praças em funcionamento atualmente.
Impacto
O IGP-M calculado mensalmente pela FGV reúne três tipos de índices diferentes -a variação de
preços do atacado, do custo de vida e da construção civil.
É o mais usado no mercado financeiro porque reúne vários indicadores da economia do país, todos afetados pela atual crise financeira.
O economista Rudnei Toneto Júnior, professor da USP (Universidade de São Paulo), considera errado esse tipo de indexação.
"Deveria haver um índice de desempenho para forçar a concessionária a melhorar o serviço, gastando menos", afirmou o economista.
O contrato de concessão firmado
entre o governo do Estado de São
Paulo e as nove empresas vale por
20 anos.
Estimativa
Permanecendo o atual quadro
de desvalorização da moeda e volta
da inflação, segundo Toneto Júnior, o IGP-M em junho pode chegar a 10%.
"Isso ocorre porque o atual índice pegou um período de deflação",
afirmou o economista.
O gerente de índices gerais da
FGV, Elivaldo Pereira Conceição,
acha que ainda é muito cedo para
estimar qual será o IGP-M do mês
de junho.
"O impacto maior da crise já passou e, agora, pode estar sendo diluído", disse Conceição.
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