São Paulo, Quinta-feira, 25 de Março de 1999
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ESTRADAS
Reajuste anunciado pelo secretário estadual dos Transportes terá como base o IGP-M e pode chegar a 10%
Pedágios de SP ficam mais caros em junho

ALESSANDRO SILVA
da Folha Ribeirão

O Secretário de Estado dos Transportes, Michael Zeitlin, anunciou ontem que o preço dos pedágios paulistas será reajustado em junho.
O aumento terá como base o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) da FGV (Fundação Getúlio Vargas) do Rio.
Se o reajuste fosse hoje, por exemplo, a tarifa estaria 5,14% mais cara, segundo índice acumulado nos últimos 12 meses.
A data-base (junho) está prevista nos contratos assinados com as empresas concessionárias e altera os demais que ainda estão sob o controle do governo estadual.
Em São Paulo, há um preço único fixado por quilômetro rodado, diferente apenas do tipo de pista: se é simples ou dupla.
Somente nos nove lotes de rodovias privatizados há 37 praças de pedágio funcionando hoje.
"Isso ficou acertado na criação do plano de concessão, fez parte do edital e integra o contrato. O governo de São Paulo é sério e vai corrigir a tarifa pelo IGP-M", afirmou ontem o secretário dos Transportes.
Na região noroeste do Estado, perto de Ribeirão Preto (319 km de São Paulo), o número de pedágios triplicou após o início da privatização das estradas.
São 14 as praças em funcionamento atualmente.

Impacto
O IGP-M calculado mensalmente pela FGV reúne três tipos de índices diferentes -a variação de preços do atacado, do custo de vida e da construção civil.
É o mais usado no mercado financeiro porque reúne vários indicadores da economia do país, todos afetados pela atual crise financeira.
O economista Rudnei Toneto Júnior, professor da USP (Universidade de São Paulo), considera errado esse tipo de indexação.
"Deveria haver um índice de desempenho para forçar a concessionária a melhorar o serviço, gastando menos", afirmou o economista.
O contrato de concessão firmado entre o governo do Estado de São Paulo e as nove empresas vale por 20 anos.

Estimativa
Permanecendo o atual quadro de desvalorização da moeda e volta da inflação, segundo Toneto Júnior, o IGP-M em junho pode chegar a 10%.
"Isso ocorre porque o atual índice pegou um período de deflação", afirmou o economista.
O gerente de índices gerais da FGV, Elivaldo Pereira Conceição, acha que ainda é muito cedo para estimar qual será o IGP-M do mês de junho.
"O impacto maior da crise já passou e, agora, pode estar sendo diluído", disse Conceição.


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