FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Santos

A Secretaria Municipal da Saúde de Santos (SP) está tentando obter na Justiça autorização para que as equipes de combate à dengue entrem nos apartamentos de veraneio da cidade, que ficam fechados durante a maior parte do ano.
Se obtiver êxito, a prefeitura terá na medida um dos instrumentos para tentar evitar a ocorrência neste ano na cidade de uma epidemia de dengue hemorrágica, forma da doença que pode levar à morte.
Nesta semana, foi confirmado o primeiro caso de dengue provocado por vírus do tipo 2 em Santos. O paciente é um homem que trabalha no centro da cidade e mora no município vizinho de São Vicente.
A cidade acumula, desde janeiro, 900 casos de dengue, todos do tipo 1. Todas as pessoas que já contraíram dengue do tipo 1 estão sujeitas a ter dengue hemorrágica, caso sejam picadas por um mosquito contaminado pelo vírus do tipo 2.
Segundo dados da Prefeitura de Santos, 38% dos imóveis da cidade são considerados de temporada, isto é, permanecem fechados durante a maior parte do ano e são ocupados eventualmente por seus proprietários somente durante o verão ou em finais de semana.
Para o secretário municipal da Saúde, Edmon Atik, a dificuldade de fazer trabalho preventivo de eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti (transmissor da dengue) nos imóveis de temporada é um dos principais obstáculos do programa municipal de combate à doença.
Segundo ele, em um imóvel fechado por muito tempo, um simples vaso sanitário com a tampa aberta pode se transformar em criadouro do mosquito.
Santos (72 km a sudeste de São Paulo) é a cidade recordista do Estado em casos de dengue. Os 900 casos já registrados neste ano representam aumento de mais de 300% em relação ao número de doentes no mesmo período de 98.
Dados da Secretaria Municipal da Saúde mostram que no ano passado pelo menos 4.134 pessoas contraíram dengue na cidade.


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