São Paulo, terça-feira, 25 de abril de 2000


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VIOLÊNCIA
Os três estavam em casa de veraneio em Mongaguá; polícia suspeita de cobrança de dívida de drogas
Alunos da PUC são mortos em chacina

FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Santos

Os corpos de três adolescentes mortos a golpes de faca foram encontrados pelos pais na madrugada de ontem em uma casa de veraneio em Mongaguá (litoral sul de São Paulo). Os três estavam com os pés e as mãos amarrados.
Os mortos são os estudantes Bruno Ruggeri de Paula Andrade, Danilo Ramos Ribeiro e Ariel Lagatta de Souza, todos com 17 anos, moradores de São Paulo.
Ribeiro era filho de um oficial da reserva da Aeronáutica, e Lagatta, de um investigador de polícia de São Paulo. Ambos estavam no primeiro ano do curso de administração da PUC-SP.
Segundo informações dadas pelos familiares à polícia, os três amigos viajaram de ônibus na quinta-feira à noite para Mongaguá, a fim de passar o feriado prolongado na casa da família de Souza, no bairro Vila Arens.
De acordo com o delegado titular de Mongaguá, Orlando Augusto de Souza, os pais disseram que os adolescentes tinham se comunicado com eles por telefone na tarde de sábado, informando que voltariam no dia seguinte.
Diante da demora, tentaram, sem êxito, contato com os filhos pelo telefone celular de um deles. À noite, decidiram se deslocar para Mongaguá e acharam os corpos na casa por volta de 2h.
Apesar de terem dito aos pais que retornariam a São Paulo no domingo, Andrade e Lagatta teriam participado de um jogo de basquete em São Paulo no final da tarde de sábado, segundo o Departamento de Basquete da Sociedade Esportiva Palmeiras.
Os dois eram jogadores do time juvenil de basquete do Palmeiras, que venceu o Corinthians por 97 a 77, em partida iniciada às 17h de sábado no ginásio do adversário, pelo Campeonato Juvenil Masculino da Grande São Paulo.
Os autores do triplo homicídio utilizaram facas de cozinha e espetos de churrasco para matar os adolescentes. O corpo de Lagatta estava carbonizado, resultado do fogo ateado em um colchonete que foi jogado sobre ele.
Até o final da tarde de ontem, a polícia não tinha pistas dos assassinos. O delegado disse acreditar que o crime tenha sido motivado por dívidas relacionadas a drogas.
Segundo ele, em revista feita ontem na casa, policiais acharam uma semente de maconha e uma "garrafa com odor de droga". O único objeto roubado foi um telefone celular de Andrade.
"Esses pequenos vestígios de entorpecentes reforçam a tese de que há droga por trás", disse. O delegado afirmou sustentar essa tese em razão de os adolescentes terem sido torturados. "Se fosse por outra razão, por que os autores perderiam tanto tempo para amarrar, amordaçar e ficar espetando as vítimas?"


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