São Paulo, terça-feira, 25 de abril de 2000


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FEBEM
Menores de Santo André fizeram 17 reféns
Adolescentes se rebelam em cadeião

da Reportagem Local

Adolescentes da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor), internos no Cadeião de Santo André (Grande São Paulo), iniciaram nova rebelião, ontem, por volta das 16h.
Em duas horas e meia, cerca de 230 internos, armados com paus e barras de ferro, queimaram parte do prédio, ocuparam o telhado, montaram barricadas na entrada do cadeião (do lado de dentro) e fizeram 12 funcionários reféns.
Às 18h30, a polícia invadiu o prédio e em meia hora controlou a rebelião. Parte dos reféns foi atendida no Hospital Municipal de Santo André. Entre eles, quatro ficaram feridos. Até as 19h30, três ainda não haviam sido localizados pela tropa de choque da Polícia Militar.
Durante a rebelião, os internos teriam invadido o "seguro", local onde ficam os adolescentes jurados de morte pelos infratores e fizeram mais cinco reféns.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social não informou o motivo da rebelião. Membros do Ministério Público e de entidades de direitos humanos dizem que os adolescentes estavam temerosos com a perspectiva de serem transferidos para a nova unidade de Parelheiros (zona sul).
Ariel de Castro Alves, do Movimento Nacional de Defesa dos Direitos Humanos, que passou a tarde de domingo no Cadeião de Santo André, diz que os adolescentes estavam aguardando a transferência para hoje de manhã.
A assessoria da secretaria diz que isso seria impossível, já que as obras no local ainda não foram concluídas.
Membros do Conselho Tutelar de Santo André dizem que a tensão entre adolescentes e funcionários estava chegando a tal ponto que os monitores estariam temerosos de entrar no pátio para entregar marmitas com refeições. Na quinta-feira e no domingo, o almoço teria sido entregue aos adolescentes com atraso.
Dois internos de Santo André, entrevistados pela Folha no dia 13, relataram que a maioria estava quebrando camas de concreto para usar as vigas como arma.
Essa é a sexta rebelião do ano na Febem. No ano passado, na semana do Natal, um adolescente foi morto a estiletadas por internos do cadeião.


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