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Denúncias em CPI estão paradas
DA SUCURSAL DO RIO
Na quarta-feira passada, um caminhão levou ao Ministério Público Federal, em Brasília, quatro
toneladas de documentos em 204
caixas: depoimentos, atas e extratos de sigilos bancários, fiscais e
telefônicos dos 824 indiciados pela CPI do Narcotráfico em 18 Estados. Tinham se passado 290 dias
desde a última das 125 reuniões
públicas da comissão, em junho.
Até ontem, o material não tinha
sido classificado e distribuído aos
procuradores-chefes nos Estados.
O relatório final da CPI foi votado em 5 de dezembro. Dois meses
depois, Geraldo Brindeiro, procurador-geral da República, enviou
aos demais procuradores-chefes a
cópia do relatório da CPI e ofício
determinando que fossem tomadas as providências necessárias.
Mas Brindeiro ressalvou que "o
Ministério Público Federal ainda
está no aguardo da remessa, pela
Câmara dos Deputados, de cópias
de documentos". Só na última
quarta-feira, dois meses após o
ofício, o material chegou ao Ministério Público Federal.
Falta aos Estados documentos
dos indiciados. Fernandinho Beira-Mar está entre eles, por tráfico
internacional de drogas, crime organizado, homicídio, lavagem de
dinheiro e tráfico de armas.
"Ele é um traficante no mínimo
intermediário, mas não é do primeiro escalão, de forma nenhuma", diz o ex-procurador-geral
do Rio, Antônio Carlos Biscaia,
que integrou a CPI. Para ele, o relatório "é brincadeira". "Se você
recebe 800 indiciados para, numericamente, dizer que o negócio
foi muito grande, e no final você
só pode denunciar 80, alguma
coisa não está batendo bem."
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