São Paulo, quarta-feira, 25 de abril de 2001

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Denúncias em CPI estão paradas

DA SUCURSAL DO RIO

Na quarta-feira passada, um caminhão levou ao Ministério Público Federal, em Brasília, quatro toneladas de documentos em 204 caixas: depoimentos, atas e extratos de sigilos bancários, fiscais e telefônicos dos 824 indiciados pela CPI do Narcotráfico em 18 Estados. Tinham se passado 290 dias desde a última das 125 reuniões públicas da comissão, em junho.
Até ontem, o material não tinha sido classificado e distribuído aos procuradores-chefes nos Estados.
O relatório final da CPI foi votado em 5 de dezembro. Dois meses depois, Geraldo Brindeiro, procurador-geral da República, enviou aos demais procuradores-chefes a cópia do relatório da CPI e ofício determinando que fossem tomadas as providências necessárias.
Mas Brindeiro ressalvou que "o Ministério Público Federal ainda está no aguardo da remessa, pela Câmara dos Deputados, de cópias de documentos". Só na última quarta-feira, dois meses após o ofício, o material chegou ao Ministério Público Federal.
Falta aos Estados documentos dos indiciados. Fernandinho Beira-Mar está entre eles, por tráfico internacional de drogas, crime organizado, homicídio, lavagem de dinheiro e tráfico de armas.
"Ele é um traficante no mínimo intermediário, mas não é do primeiro escalão, de forma nenhuma", diz o ex-procurador-geral do Rio, Antônio Carlos Biscaia, que integrou a CPI. Para ele, o relatório "é brincadeira". "Se você recebe 800 indiciados para, numericamente, dizer que o negócio foi muito grande, e no final você só pode denunciar 80, alguma coisa não está batendo bem."


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