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São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 2003

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15 presos fogem após explosão de bomba na cadeia de Diadema

ALESSANDRO SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

Pela segunda vez em menos de quatro meses, presos da cadeia pública de Diadema, na Grande São Paulo, conseguiram ser resgatados após a detonação de uma bomba que abriu um buraco na parede de uma das celas.
Quinze detentos fugiram e três morreram no tiroteio entre os policiais e os resgatadores que invadiram o pátio da delegacia.
Pelo menos dois dos que escaparam são assaltantes e traficantes ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) -Flávio Rogério Aleixo Marques e Claudinei Pimenta de Souza-, segundo a Folha apurou. Ontem, a polícia ainda desconhecia quem a quadrilha pretendia libertar.
""Como regra, procuramos transferir os presos mais perigosos, que podem ser resgatados. Não havia ninguém com esse perfil", disse o delegado João Alves de Almeida, 45, diretor da cadeia.
Apesar de ter capacidade para 60 detentos, o prédio da unidade abrigava ontem, na hora do resgate, 302 pessoas em dez celas.
A Secretaria da Administração Penitenciária prevê a construção de um CDP (Centro de Detenção Penitenciária) na cidade, sem data de entrega da obra.
Em janeiro, 14 presos conseguiram fugir após a explosão de uma bomba na cela 2, que abriu um buraco de 80 centímetros de diâmetro em uma parede de mais de 30 centímetros de espessura.
Segundo a polícia, homens armados em dois carros deram cobertura à fuga de ontem, atirando contra os policiais. À noite, a delegacia fecha. Só a cadeia funciona, com cinco policiais de plantão.
A polícia acredita que a bomba tenha sido colocada do lado de fora da cadeia, pelos resgatadores.
Por volta das 22h, ocorreram três explosões seguidas, segundo os carcereiros. Um preso teria se ferido durante a detonação, que abriu um buraco de um metro de diâmetro. Em seguida, começou o tiroteio. Três presos -Juliano Ambrósio Mendes, Jucelino Teixeira de Souza e Francisco de Paula Júnior-, todos assaltantes, morreram no pátio. Com eles, a polícia diz ter apreendido um revólver e uma pistola. Não se sabe se as armas já estavam nas celas.
Segundo o delegado-seccional de Diadema, Sérgio Abdalla, 60, a ação rápida dos policiais, que ficam dentro do prédio da cadeia, evitou uma fuga em massa. Até a noite de ontem, a polícia não tinha recapturado ninguém.
Pelo menos 15 homens, usando três carros e duas motos, teriam participado da ação. O Instituto de Criminalística investiga agora o tipo de explosivo utilizado.
Uma revista realizada ainda durante a madrugada de ontem, após a fuga, encontrou seis estiletes e uma serra com os presos. Todos passaram o dia trancados, enquanto o buraco era fechado.
Não havia ontem previsão de transferência de presos da cadeia.
Desde 2001, houve cinco explosões de bomba em delegacias de São Paulo. Em dois desses casos, os detentos conseguiram escapar, sempre ajudados por pessoas armadas do lado de fora.


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