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15 presos fogem após explosão
de bomba na cadeia de Diadema
ALESSANDRO SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela segunda vez em menos de
quatro meses, presos da cadeia
pública de Diadema, na Grande
São Paulo, conseguiram ser resgatados após a detonação de uma
bomba que abriu um buraco na
parede de uma das celas.
Quinze detentos fugiram e três
morreram no tiroteio entre os policiais e os resgatadores que invadiram o pátio da delegacia.
Pelo menos dois dos que escaparam são assaltantes e traficantes ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) -Flávio Rogério Aleixo Marques e Claudinei
Pimenta de Souza-, segundo a
Folha apurou. Ontem, a polícia
ainda desconhecia quem a quadrilha pretendia libertar.
""Como regra, procuramos
transferir os presos mais perigosos, que podem ser resgatados.
Não havia ninguém com esse perfil", disse o delegado João Alves de
Almeida, 45, diretor da cadeia.
Apesar de ter capacidade para
60 detentos, o prédio da unidade
abrigava ontem, na hora do resgate, 302 pessoas em dez celas.
A Secretaria da Administração
Penitenciária prevê a construção
de um CDP (Centro de Detenção
Penitenciária) na cidade, sem data de entrega da obra.
Em janeiro, 14 presos conseguiram fugir após a explosão de uma
bomba na cela 2, que abriu um
buraco de 80 centímetros de diâmetro em uma parede de mais de
30 centímetros de espessura.
Segundo a polícia, homens armados em dois carros deram cobertura à fuga de ontem, atirando
contra os policiais. À noite, a delegacia fecha. Só a cadeia funciona,
com cinco policiais de plantão.
A polícia acredita que a bomba
tenha sido colocada do lado de fora da cadeia, pelos resgatadores.
Por volta das 22h, ocorreram
três explosões seguidas, segundo
os carcereiros. Um preso teria se
ferido durante a detonação, que
abriu um buraco de um metro de
diâmetro. Em seguida, começou o
tiroteio. Três presos -Juliano
Ambrósio Mendes, Jucelino Teixeira de Souza e Francisco de Paula Júnior-, todos assaltantes,
morreram no pátio. Com eles, a
polícia diz ter apreendido um revólver e uma pistola. Não se sabe
se as armas já estavam nas celas.
Segundo o delegado-seccional
de Diadema, Sérgio Abdalla, 60, a
ação rápida dos policiais, que ficam dentro do prédio da cadeia,
evitou uma fuga em massa. Até a
noite de ontem, a polícia não tinha recapturado ninguém.
Pelo menos 15 homens, usando
três carros e duas motos, teriam
participado da ação. O Instituto
de Criminalística investiga agora
o tipo de explosivo utilizado.
Uma revista realizada ainda durante a madrugada de ontem,
após a fuga, encontrou seis estiletes e uma serra com os presos. Todos passaram o dia trancados, enquanto o buraco era fechado.
Não havia ontem previsão de
transferência de presos da cadeia.
Desde 2001, houve cinco explosões de bomba em delegacias de
São Paulo. Em dois desses casos,
os detentos conseguiram escapar,
sempre ajudados por pessoas armadas do lado de fora.
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