UOL


São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SEGURANÇA

Consultoria jurídica do ministro avaliará tema

Thomaz Bastos estudará retirada de papel das polícias da Constituição

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Após enterrar um dos princípios do programa de governo do PT na área de segurança pública -dar status ministerial à secretaria nacional que cuida do tema-, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou ontem que vai examinar a desconstitucionalização das polícias. Proposta que considera "tentadora".
O ministro afirmou, em resposta a questionamento do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) durante audiência pública no Senado, que ainda tem dúvidas sobre a viabilidade da aplicação, mas vai encaminhar o tema à análise de sua consultoria jurídica.
A desconstitucionalização do papel das polícias abre caminho para que cada Estado decida quantas forças policiais quer ter. O artigo 144 da Constituição limita a duas -a Civil investigativa e a Militar ostensiva.
Com a mudança, as polícias passariam a ter ciclo completo. Ou seja, uma mesma corporação cuidaria da investigação dos crimes e patrulharia as ruas.
No contexto do Susp (Sistema Único de Segurança Pública), ao qual já aderiram Rio Grande do Sul e Espírito Santo, as polícias de ciclo completo estariam integradas por meio de cadastros nacionais de criminosos, padronização de procedimentos e intercâmbio de bancos de dados.
Ontem, o ministro disse que pretende criar um cadastro nacional de correntistas para facilitar a investigação de lavagem de dinheiro. Ao todo, o ministério estuda 12 medidas para impedir que criminosos utilizem recursos oriundos de atividades ilícitas.
Uma delas é a criação de um departamento de recuperação de ativos no ministério da Justiça. Hoje, a fiscalização é feita pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), subordinado ao Ministério da Fazenda, e criticado por Bastos. O ministério não divulgou o conteúdo das demais propostas em discussão.
Aos senadores, o ministro disse que estuda a adoção de um novo tipo de contrato para futuros membros da Polícia Federal. A idéia é facilitar a expulsão de membros corruptos.
(IURI DANTAS)


Texto Anterior: Violência: Registros de roubo idênticos levam Corregedoria a investigar policiais
Próximo Texto: Panorâmica - Sars: Mulher está em observação em SC
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.