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SEGURANÇA
Consultoria jurídica do ministro avaliará tema
Thomaz Bastos estudará retirada de papel das polícias da Constituição
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após enterrar um dos princípios do programa de governo do
PT na área de segurança pública
-dar status ministerial à secretaria nacional que cuida do tema-,
o ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, afirmou ontem
que vai examinar a desconstitucionalização das polícias. Proposta que considera "tentadora".
O ministro afirmou, em resposta a questionamento do senador
Tasso Jereissati (PSDB-CE) durante audiência pública no Senado, que ainda tem dúvidas sobre a
viabilidade da aplicação, mas vai
encaminhar o tema à análise de
sua consultoria jurídica.
A desconstitucionalização do
papel das polícias abre caminho
para que cada Estado decida
quantas forças policiais quer ter.
O artigo 144 da Constituição limita a duas -a Civil investigativa e
a Militar ostensiva.
Com a mudança, as polícias
passariam a ter ciclo completo.
Ou seja, uma mesma corporação
cuidaria da investigação dos crimes e patrulharia as ruas.
No contexto do Susp (Sistema
Único de Segurança Pública), ao
qual já aderiram Rio Grande do
Sul e Espírito Santo, as polícias de
ciclo completo estariam integradas por meio de cadastros nacionais de criminosos, padronização
de procedimentos e intercâmbio
de bancos de dados.
Ontem, o ministro disse que
pretende criar um cadastro nacional de correntistas para facilitar a
investigação de lavagem de dinheiro. Ao todo, o ministério estuda 12 medidas para impedir que
criminosos utilizem recursos
oriundos de atividades ilícitas.
Uma delas é a criação de um departamento de recuperação de
ativos no ministério da Justiça.
Hoje, a fiscalização é feita pelo
Coaf (Conselho de Controle de
Atividades Financeiras), subordinado ao Ministério da Fazenda, e
criticado por Bastos. O ministério
não divulgou o conteúdo das demais propostas em discussão.
Aos senadores, o ministro disse
que estuda a adoção de um novo
tipo de contrato para futuros
membros da Polícia Federal. A
idéia é facilitar a expulsão de
membros corruptos.
(IURI DANTAS)
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