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São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 2003

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TRANSPORTE

Após descredenciamento de viações, passageiros da zona sul têm de sair de casa mais cedo para chegar ao trabalho

Sem ônibus, usuário madruga no ponto

DO "AGORA"

Usuários de ônibus estão sentindo na pele as mudanças provocadas pelo descredenciamento de nove empresas do sistema. Para pior. Eles alegam que depois da medida, tomada pela prefeitura no início do mês, a qualidade do serviço caiu muito.
O Paese (Plano de Auxílio à Empresa em Situação de Emergência) continua operando nas zonas leste e sul com 614 veículos.
Para conseguir chegar ao trabalho na hora, muitos estão saindo de casa mais cedo. Foi o que a reportagem constatou ontem de madrugada, na zona sul.
O manobrista Joseílton Nascimento, 26, é um desses prejudicados. "Antes da última greve, eu chegava mais tarde ao ponto e mais cedo ao trabalho. Agora, é o contrário", disse ele, que esperava um carro da linha Jd. Caiçara-Pça Júlio Prestes na av. M'Boi Mirim.
Os ônibus quase não passam pelos pontos, o tempo de espera chega a ser de mais de uma hora -antes era de 15 minutos- e as pessoas estão "brigando" para ter acesso a qualquer transporte, seja lotação regularizada ou não.
"Depois que a prefeita fechou as empresas, tudo piorou. Os ônibus chegam atrasados, estão sempre lotados e faltam linhas", diz a dona-de-casa Maria de Lurdes Medeiros, 46, que usa a linha Jd. Maria Sampaio-Estação da Luz, que era operada pela Santa Bárbara.
Na zona leste, os problemas se repetem. Segundo o comerciante João Clementino, as linhas que eram operadas pela viação Cidade Tiradentes e agora estão nas mãos do Consórcio Plus praticamente deixaram de existir.

Depredação
Revoltada com o atraso dos ônibus da linha Barragem-Santo Amaro, uma multidão ateou fogo a dois ônibus da cooperativa Intercoop. Os ataques ocorreram em Parelheiros (zona sul).
O primeiro caso aconteceu por volta das 5h45, na estrada da Barragem. A SPTrans (empresa municipal que administra o transporte coletivo) informou que a cooperativa começou a operar às 4h, mas a circulação foi interrompida às 5h, pois o ônibus quebrou.
Por volta das 8h, a Polícia Militar recebeu outro chamado: mais um ônibus havia sido incendiado, na estrada da Fazenda, a cerca de 4 km da primeira ocorrência.
O estopim para o ataque foi o sacrifício diário ao qual mais de 500 mil moradores estão submetidos há 20 dias.
A linha Barragem está deficitária porque três dos 16 veículos que nela atuavam foram transferidos para quatro linhas da descredenciada Expresso Parelheiros.


Colaborou a REPORTAGEM LOCAL


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