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TRANSPORTE
Após descredenciamento de viações, passageiros da zona sul têm de sair de casa mais cedo para chegar ao trabalho
Sem ônibus, usuário madruga no ponto
DO "AGORA"
Usuários de ônibus estão sentindo na pele as mudanças provocadas pelo descredenciamento de
nove empresas do sistema. Para
pior. Eles alegam que depois da
medida, tomada pela prefeitura
no início do mês, a qualidade do
serviço caiu muito.
O Paese (Plano de Auxílio à Empresa em Situação de Emergência) continua operando nas zonas
leste e sul com 614 veículos.
Para conseguir chegar ao trabalho na hora, muitos estão saindo
de casa mais cedo. Foi o que a reportagem constatou ontem de
madrugada, na zona sul.
O manobrista Joseílton Nascimento, 26, é um desses prejudicados. "Antes da última greve, eu
chegava mais tarde ao ponto e
mais cedo ao trabalho. Agora, é o
contrário", disse ele, que esperava
um carro da linha Jd. Caiçara-Pça
Júlio Prestes na av. M'Boi Mirim.
Os ônibus quase não passam
pelos pontos, o tempo de espera
chega a ser de mais de uma hora
-antes era de 15 minutos- e as
pessoas estão "brigando" para ter
acesso a qualquer transporte, seja
lotação regularizada ou não.
"Depois que a prefeita fechou as
empresas, tudo piorou. Os ônibus
chegam atrasados, estão sempre
lotados e faltam linhas", diz a dona-de-casa Maria de Lurdes Medeiros, 46, que usa a linha Jd. Maria Sampaio-Estação da Luz, que
era operada pela Santa Bárbara.
Na zona leste, os problemas se
repetem. Segundo o comerciante
João Clementino, as linhas que
eram operadas pela viação Cidade
Tiradentes e agora estão nas mãos
do Consórcio Plus praticamente
deixaram de existir.
Depredação
Revoltada com o atraso dos
ônibus da linha Barragem-Santo
Amaro, uma multidão ateou fogo
a dois ônibus da cooperativa Intercoop. Os ataques ocorreram
em Parelheiros (zona sul).
O primeiro caso aconteceu por
volta das 5h45, na estrada da Barragem. A SPTrans (empresa municipal que administra o transporte coletivo) informou que a
cooperativa começou a operar às
4h, mas a circulação foi interrompida às 5h, pois o ônibus quebrou.
Por volta das 8h, a Polícia Militar recebeu outro chamado: mais
um ônibus havia sido incendiado,
na estrada da Fazenda, a cerca de
4 km da primeira ocorrência.
O estopim para o ataque foi o
sacrifício diário ao qual mais de
500 mil moradores estão submetidos há 20 dias.
A linha Barragem está deficitária porque três dos 16 veículos que
nela atuavam foram transferidos
para quatro linhas da descredenciada Expresso Parelheiros.
Colaborou a REPORTAGEM LOCAL
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