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Para fechar acordo, prefeitura
permite "retorno" de empresário
DA REPORTAGEM LOCAL
O acordo de anteontem entre
prefeitura, sindicato dos motoristas e viações de ônibus para recontratar 8.300 trabalhadores que
seriam demitidos também pode
ter permitido a volta ao sistema de
transporte de São Paulo de um
dos empresários que haviam sido
barrados semanas antes pela administração Marta Suplicy (PT).
A viação Celeste, que seria ligada ao empresário Jorge Nakano,
foi autorizada desde ontem a operar na zona leste da capital paulista. Ela disponibilizará 150 ônibus
e assumirá 800 dos motoristas e
cobradores que seriam afastados.
Segundo a Secretaria dos Transportes, a empresa de ônibus não
está oficialmente no nome de Jorge Nakano. A Folha apurou, entretanto, que há um sócio de sobrenome Nakano na sociedade da
viação, que seria parente dele.
Nakano era dono da antiga viação Transdaotro, que mudou
duas vezes de nome nos últimos
dois anos: primeiro, para AAL;
depois, para Solution Bus. Ele não
foi localizado ontem à tarde.
A Solution Bus, contratada pela
prefeitura desde 2002, era uma
das viações com sócios no Uruguai, conforme já revelou a Folha.
Ela foi barrada, ao lado de oito
viações, na contratação emergencial feita pela prefeitura no mês
passado. O secretário Jilmar Tatto
(Transportes), na época, anunciou que havia barrado os "maus
empresários". A secretaria informou ontem que a Celeste não tem
problemas de documentação.
A volta de Nakano, ainda que
indiretamente (já que a Celeste
não está no nome dele), foi anunciada anteontem à noite pelo presidente do sindicato dos condutores, Edivaldo Santiago da Silva,
aos quase mil trabalhadores que
compareceram à assembléia da
categoria, na sede da entidade.
Silva chegou a dizer que Nakano
fora contratado sem ter nem garagem para deixar os ônibus na zona leste, já que as linhas da Solution Bus eram da zona sul. "Só falta querer deixar na rua", afirmou.
"Eles disseram que expulsaram e
agora estão trazendo de volta."
A Folha apurou que vereadores
chegaram a se reunir com Tatto
para negociar a volta de Nakano
ao sistema.
(ALENCAR IZIDORO)
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