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São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 2003

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CORAÇÃO

Campanha lançada hoje busca combate à hipertensão

Especialistas tentam convencer população a medir pressão arterial

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

"Conheça sua pressão e salve seu coração." A frase da campanha que será lançada hoje pode até parecer piegas, mas é o oposto disso: revela a dificuldade que os especialistas vêm encontrando para convencer as pessoas a medir sua pressão e a tratar dela.
A campanha, com cartazes e cartilhas, é da Liga de Hipertensão do Hospital das Clínicas com o apoio das sociedades brasileiras de Nefrologia, de Hipertensão e de Cardiologia (Funcor). Amanhã é o Dia Nacional de Combate e Prevenção à Hipertensão. Nesta sexta, muitos hospitais -entre eles o HC- estarão medindo a pressão e distribuindo material.
"Só informação não basta", diz Décio Mion, chefe da Liga de Hipertensão e um dos autores de pesquisa mostrando que 60% dos médicos do HC, que sabiam ter pressão alta, não se tratavam.
Outro problema é que a maioria dos 5 milhões a 7 milhões de brasileiros hipertensos não sabe disso. Para "conhecer sua pressão e salvar seu coração", como prega a campanha, Mion idealizou uma cadeira -desenhada pelo artista plástico Fabio D'Elia- na qual o próprio paciente mede a pressão. Falta agora financiamento para instalá-las nos postos de saúde.
Em outra frente, as sociedades médicas que lidam com a hipertensão se reúnem com o Ministério da Saúde em maio para retomar um "plano de atenção à hipertensão arterial e ao diabetes mellitus". Iniciado em 2001, o plano foi interrompido com a troca de governo. "O programa prevê capacitação dos profissionais, educação da população, diagnóstico e tratamento", diz Dante Marcelo Giorgi, cardiologista do Incor e diretor das sociedades brasileiras de Cardiologia e de Hipertensão Arterial.
A necessidade de identificar o hipertenso antes que doenças se manifestem traz sempre à tona outro debate: quem pode e quem não pode tirar a pressão. Para os conselhos de Medicina e de Enfermagem, medir a pressão é um ato restrito a médicos e enfermeiros.
Para especialistas como Mion e Giorgi, qualquer profissional treinado é capaz de fazer isso, aqui incluídos agentes de saúde e pessoal das farmácias. "Eles fariam a triagem e encaminhariam o paciente a um posto de saúde", diz Giorgi.


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