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foco
Museu acusa estudantes de danificar escultura durante invasão na USP
RAFAEL SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL
MAURÍCIO MORAES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Uma escultura de mármore
de dois metros de altura e
quase 300 quilos foi derrubada e danificada anteontem à
noite durante a invasão de
estudantes ao prédio do DCE
(Diretório Central dos Estudantes) da USP, afirma o
MAC (Museu de Arte Contemporânea).
A obra pertence ao acervo
do museu e estava situada no
jardim da reitoria da universidade, próximo à ocupação.
O museu registrou um boletim de ocorrência por dano
ao patrimônio. De acordo
com a assessoria de imprensa
do MAC, a base da escultura
sofreu avarias.
Estudantes que lideraram a
invasão negam ter derrubado
a escultura: "Uma das deliberações da nossa primeira assembleia foi justamente não
fazer nenhuma intervenção
ou pichação no espaço", afirma Gabriel Casoni, 24, diretor do DCE e estudante de
ciências sociais.
Por meio de sua assessoria
de imprensa, a reitoria da
universidade diz desconhecer
qualquer relação entre a obra
caída e a atuação estudantil.
A obra será enviada ao laboratório de restauro do museu para ser periciada e, após
os devidos reparos, será
reinstalada no mesmo lugar.
Doada pelo artista dinamarquês Jesper Neergaard
em 1996, a escultura "Fuga
Branca" é uma das cerca de
quinze instaladas ao redor da
reitoria e do museu, no campus da Cidade Universitária,
no Butantã (zona oeste). Ao
lado dela, situam-se obras de
Tomie Ohtake, Amilcar de
Castro e outros artistas.
A escultura foi avaliada em
US$ 50 mil, na época da doação. "É lamentável que isso
tenha ocorrido com a obra",
diz a professora do MAC Dayse Piccinini.
"Ela não poderia ter caído
sozinha. Seguranças do museu registraram a derrubada
da obra por estudantes enquanto ocorria a invasão, às
21h40 de anteontem", disse a
assessoria do museu.
O motivo da invasão, ocorrida no prédio onde se situa o
DCE, foi uma suposta quebra
de acordo firmado entre o
DCE e a reitoria em 2006.
Segundo os estudantes, o
acordo previa a reforma do
prédio pela reitoria, que em
troca teria a prerrogativa de
administrar 30% da renda
vinda do aluguel de estabelecimentos ali instalados (livraria, restaurante e xerox).
Após a reforma, a reitoria
teria retomado o espaço, até
então administrado informalmente pelos estudantes.
A reitoria nega quebra de
acordo e diz, em nota, que "o
repasse de recursos a terceiros advindo da exploração comercial da universidade não
encontra fundamento legal".
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