São Paulo, sábado, 25 de abril de 2009

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Museu acusa estudantes de danificar escultura durante invasão na USP

RAFAEL SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL
MAURÍCIO MORAES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma escultura de mármore de dois metros de altura e quase 300 quilos foi derrubada e danificada anteontem à noite durante a invasão de estudantes ao prédio do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da USP, afirma o MAC (Museu de Arte Contemporânea).
A obra pertence ao acervo do museu e estava situada no jardim da reitoria da universidade, próximo à ocupação.
O museu registrou um boletim de ocorrência por dano ao patrimônio. De acordo com a assessoria de imprensa do MAC, a base da escultura sofreu avarias.
Estudantes que lideraram a invasão negam ter derrubado a escultura: "Uma das deliberações da nossa primeira assembleia foi justamente não fazer nenhuma intervenção ou pichação no espaço", afirma Gabriel Casoni, 24, diretor do DCE e estudante de ciências sociais.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a reitoria da universidade diz desconhecer qualquer relação entre a obra caída e a atuação estudantil.
A obra será enviada ao laboratório de restauro do museu para ser periciada e, após os devidos reparos, será reinstalada no mesmo lugar.
Doada pelo artista dinamarquês Jesper Neergaard em 1996, a escultura "Fuga Branca" é uma das cerca de quinze instaladas ao redor da reitoria e do museu, no campus da Cidade Universitária, no Butantã (zona oeste). Ao lado dela, situam-se obras de Tomie Ohtake, Amilcar de Castro e outros artistas.
A escultura foi avaliada em US$ 50 mil, na época da doação. "É lamentável que isso tenha ocorrido com a obra", diz a professora do MAC Dayse Piccinini.
"Ela não poderia ter caído sozinha. Seguranças do museu registraram a derrubada da obra por estudantes enquanto ocorria a invasão, às 21h40 de anteontem", disse a assessoria do museu.
O motivo da invasão, ocorrida no prédio onde se situa o DCE, foi uma suposta quebra de acordo firmado entre o DCE e a reitoria em 2006.
Segundo os estudantes, o acordo previa a reforma do prédio pela reitoria, que em troca teria a prerrogativa de administrar 30% da renda vinda do aluguel de estabelecimentos ali instalados (livraria, restaurante e xerox).
Após a reforma, a reitoria teria retomado o espaço, até então administrado informalmente pelos estudantes.
A reitoria nega quebra de acordo e diz, em nota, que "o repasse de recursos a terceiros advindo da exploração comercial da universidade não encontra fundamento legal".


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