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ELISA PEREIRA KNAPP (1923-2010)
A bióloga que se transformou em "mil ventos"
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Todas as histórias contadas por Elisa Pereira Knapp
começavam exatamente do
mesmo jeito: "Walter e eu".
Pois ela e o marido Walter,
com quem viveu por 59 anos,
fizeram recentemente o caminho de Santiago de Compostela. Elisa tinha 80 anos.
Formada em biologia pela
USP nos anos 40 e professora aposentada da instituição
desde os anos 70, ela era do
tipo que fazia amizade com
todo mundo. No caminho, os
dois toparam com um japonês desanimado e com o pé
machucado. Foram ajudá-lo.
Executivo aposentado, o
japonês questionou a eles,
como gratidão, quando gostariam de conhecer o Japão.
Walter respondeu: "Quando
as cerejeiras estiverem em
flor". E assim aconteceu: viajaram com as despesas pagas.
Apaixonada por biologia,
Elisa aplicava a ciência no dia
a dia. Há 40 anos, quando
construiu casa em SP, usou
aquecimento solar. O lixo orgânico era separado e aproveitado na fazenda que tinha
em Minas Gerais. Falava em
sustentabilidade muito antes do termo estar na moda.
Ultimamente, o casal participava com amigos de um
grupo de estudos de filosofia.
Na quarta, Elisa morreu
aos 86, de septicemia. No
fundo, transformou-se em
"mil ventos" e irá visitar o
amigo japonês mais vezes.
Assim ele escreveu à família.
Ela deixa viúvo, quatro filhas e três netos. A missa de
sétimo dia será na terça, às
19h, na igreja Nossa Senhora
do Perpétuo Socorro, no Jardim Paulistano, em SP.
coluna.obituario@uol.com.br
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