São Paulo, domingo, 25 de abril de 2010

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ELISA PEREIRA KNAPP (1923-2010)

A bióloga que se transformou em "mil ventos"

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Todas as histórias contadas por Elisa Pereira Knapp começavam exatamente do mesmo jeito: "Walter e eu".
Pois ela e o marido Walter, com quem viveu por 59 anos, fizeram recentemente o caminho de Santiago de Compostela. Elisa tinha 80 anos.
Formada em biologia pela USP nos anos 40 e professora aposentada da instituição desde os anos 70, ela era do tipo que fazia amizade com todo mundo. No caminho, os dois toparam com um japonês desanimado e com o pé machucado. Foram ajudá-lo.
Executivo aposentado, o japonês questionou a eles, como gratidão, quando gostariam de conhecer o Japão.
Walter respondeu: "Quando as cerejeiras estiverem em flor". E assim aconteceu: viajaram com as despesas pagas.
Apaixonada por biologia, Elisa aplicava a ciência no dia a dia. Há 40 anos, quando construiu casa em SP, usou aquecimento solar. O lixo orgânico era separado e aproveitado na fazenda que tinha em Minas Gerais. Falava em sustentabilidade muito antes do termo estar na moda.
Ultimamente, o casal participava com amigos de um grupo de estudos de filosofia.
Na quarta, Elisa morreu aos 86, de septicemia. No fundo, transformou-se em "mil ventos" e irá visitar o amigo japonês mais vezes.
Assim ele escreveu à família.
Ela deixa viúvo, quatro filhas e três netos. A missa de sétimo dia será na terça, às 19h, na igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Jardim Paulistano, em SP.

coluna.obituario@uol.com.br


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