LUCAS FIGUEIREDO
da Sucursal de Brasília

O governo irá esvaziar os armazéns da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) no Nordeste onde estão estocadas cestas básicas. O objetivo é evitar saques.
Para isso, entre outras medidas em estudo, haverá agilização da distribuição de cestas básicas para as vítimas da seca.
"Haverá o mínimo possível de estoque", disse o diretor de Programas Sociais e Institucionais da Conab, Sérgio Parente. Segundo ele, a medida visa preservar os alimentos que estão sendo destinados às vítimas da seca. "É preciso fazer a distribuição de forma justa", afirmou.
Também passarão a ser sigilosas as informações sobre a atual localização, quantidade e composição dos estoques. Isso porque, segundo apurou a Folha, o governo desconfia que movimentos políticos estejam infiltrados entre os saqueadores. Na avaliação do governo, a divulgação dessas informações poderia municiar os patrocinadores dos saques.
O governo trabalha com a informação de que pelo menos um saque ocorrido em Pernambuco contou com participação de ativistas políticos.
A estratégia conta com o aval do Exército, que participa da distribuição das cestas básicas, e do secretário de Políticas Regionais, Fernando Catão, responsável pelas ações de emergência em casos de calamidade.
A Conab possui no Nordeste 56 pólos de distribuição de cestas básicas. A distribuição das cestas é feita por meio de comissões municipais credenciadas a receber os alimentos e, em alguns casos, conta com a participação do Exército.
Cada cesta possui 25 kg e é formada basicamente por arroz, feijão, farinha de mandioca e macarrão. Ocasionalmente, são incluídos outros alimentos, como óleo de soja, leite em pó e fubá.
Relatório em preparação pela Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste) irá apontar que quase 70% dos municípios da região estão em "situação crítica". Dos 1.787 municípios do Nordeste, 1.209 têm "necessidade imediata de ações permanentes e assistenciais", diz o estudo.



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