FABIO SCHIVARTCHE
da Reportagem Local

A implantação de catracas eletrônicas nos 3.500 ônibus intermunicipais que circulam na Grande São Paulo -prevista para 1999- vai aumentar o desemprego na região, afirmou o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Cláudio de Senna Frederico.
Segundo ele, é "impossível" implantar o novo sistema, que dispensa a função dos cobradores, sem que haja uma redução do número de postos de trabalho. Hoje, há 7.000 cobradores na região.
"Todo mecanismo de automação provoca desemprego, em maior ou menor grau. Mas vamos tentar conter essa pressão demissionária aplicando parte dos recursos advindos da economia com o novo sistema (cerca de R$ 40 milhões por ano) em programas de recolocação profissional."
Em março, o número de desempregados na região metropolitana de São Paulo bateu novo recorde e chegou a 1,556 milhão.
Para Senna Frederico, o prefeito Celso Pitta, está "tapando o sol com a peneira", ao publicar um decreto que, segundo a prefeitura, garante o emprego dos cobradores de São Paulo -onde as catracas começam a funcionar hoje. "Essa medida é uma cortina de fumaça em um ano eleitoral", disse.
A assessoria de imprensa da prefeitura classificou as críticas de Senna Frederico como "desrespeitosas" e disse que mostram uma motivação política.
O presidente do sindicato dos motoristas e cobradores da Grande São Paulo, Edevaldo Santiago, disse que se o novo sistema provocar demissões, a categoria fará greve por tempo indeterminado.



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