São Paulo, sábado, 25 de abril de 1998

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GOVERNO
Para o governador de São Paulo, problema é responsabilidade de toda a sociedade, e não só do governo
Não há como evitar violência, diz Covas

ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local

O governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), atribuiu ontem a responsabilidade pela segurança a toda a sociedade e não exclusivamente ao governo.
"Nós vivemos em uma cidade que se tornou uma metrópole. Recebe gente de todos os cantos do mundo. Muitos dos que chegam não têm moradia, têm todas as razões para uma certa dose de desapreço à própria vida e à vida do outro. Segurança é uma tarefa que envolve a sociedade inteira", disse Covas, após homenagem no Comando Geral da PM a policiais mortos, inválidos ou feridos em serviço.
"Você não tem como evitar que a sociedade seja violenta", disse o governador.
Na semana passada, balanço da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo informou que o mês de março deste ano foi o mais violento de toda a história da Grande São Paulo.
Todos os índices de criminalidade -homicídios dolosos (quando há intenção de matar), furtos, roubos e furtos e roubos de veículos- bateram recordes.
No mês passado, foram registrados 771 assassinatos (24,87 por dia), 11.830 furtos, 10.605 roubos e 10.698 furtos e roubos de veículos. Nunca foram registrados tantos crimes em um único mês.
Somados os números relativos a janeiro e fevereiro, esse foi o começo de ano mais violento da região metropolitana de São Paulo.
"Eu não conheço grandes cidades que não tenham problema igual (alta criminalidade). Aquilo que se vê hoje (excesso de violência) decorre, em primeiro lugar, do oferecimento de estatísticas mais sérias e transparentes. Em segundo lugar, está crescendo a criminalidade, mas em taxa menor do que no passado", disse Covas.
Segundo ele, "as alternativas possíveis (para o controle da violência) foram todas adotadas pelo governo". "Algumas o governo não pode adotar, como, por exemplo, impedir que as TVs passem a cada momento filmes onde morrem gente."
O governador Mário Covas ajudou a entregar medalhas a mulheres e parentes de PMs mortos.
A medalha Cruz de Sangue foi instituída por decreto do governador no dia 20 de março deste ano.
Na solenidade, que contou com as presenças do secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva, e do comandante-geral da PM, Carlos Alberto de Camargo, foram entregues medalhas de bronze a 46 PMs que estão temporariamente inválidos, a 14 que se tornaram inválidos e a 32 mulheres a parentes de policiais mortos.



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