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Governo prepara novo crédito educativo
do Conselho Editorial
O ministro da Educação, Paulo
Renato Souza, está montando um
programa para lançar um novo sistema de crédito educativo -o
atual programa, informa, está falido.
Falido porque, além de atender
um número reduzido -cerca de
70 mil estudantes-, está repleto
de "micos", devido à alta taxa de
inadimplência.
O dinheiro vem, hoje, do Orçamento da União.
Com a assessoria do Banco Mundial, Paulo Renato desenha um
plano que deveria chegar a um total de U$ 1 bilhão -metade desses
recursos viria do Banco Mundial e
o restante seria de contrapartidas
nacionais, bancadas pelas faculdades privadas e fundos oficiais como o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Os planos ainda estão em fase
inicial, mas o fato, segundo o ministro, é que o crédito educativo
deveria atingir, no mínimo, 400
mil estudantes, com juros facilitados que os permitam pagar de volta o empréstimo.
"Estamos diante de uma carência
de proporções gigantescas", afirma o ministro.
Dos 2,1 milhões de alunos do ensino superior, 65% estão em faculdades privadas -e essa proporção
aumenta a cada ano.
Efeitos
Quem sente o tamanho da crise
primeiro é o aluno, obrigado a interromper o curso. Mas também as
faculdades, vítimas de taxas de
inadimplência que batem recorde
atrás de recorde.
"Temos exércitos de estudantes
desesperados", afirma Gabriel Mário Rodrigues, da Semesp, o sindicato das faculdades particulares
paulistas.
A taxa de inadimplência, este
ano, já beira os 35% -um fenômeno que, obviamente, afeta os estudantes de segundo grau em todo o
país.
Segundo o Serviço de Proteção
ao Crédito (SPC), haveria hoje, entre pais e alunos, 270 mil pessoas
na lista de devedores por não pagar
as mensalidades.
No desespero, as faculdades já
aceitam de cheque pré-datados a
computadores, terreno e até automóveis usados dos alunos.
(GD)
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