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C.A.s são contrários à repressão
da Reportagem Local
Centros acadêmicos de cursos
universitários de São Paulo defendem a discussão sobre as drogas
com os alunos. Mas repelem a repressão ao uso.
"Por mais difundida que a maconha esteja hoje, o assunto ainda
é um tabu", afirma Renato Rodrigues, 25, presidente do Grêmio
Politécnico da USP e estudante do
5º ano de engenharia elétrica.
"As vias de discussão na USP
são erradas. Não adianta deixar
que a PM entre no campus para
coibir a prática. É preciso estimular conversas mais amplas, sobre a
droga em si e sobre a origem do
problema", diz.
O centro acadêmico da ECA (Escola de Comunicações e Artes da
USP) também defende debates sobre a questão.
"Aqui não se proíbe nem estimula. Cada um na sua. Mas não
adianta coibir. Os dois lados têm
de ser ouvidos e respeitados", diz
João Brant, coordenador do C.A.
da ECA.
"As pessoas têm uma impressão
de que nós da ECA e da área de
humanas em geral somos "porra-louca'. Não é assim. Quem curte, fuma. Quem não curte, convive
numa boa. Nas outras faculdades
o índice é o mesmo, mas as pessoas vão se esconder atrás da árvore", afirma D.M.R, 19, estudante
do 2º ano de Rádio e TV da ECA.
Apesar de perceberem a necessidade, os centros acadêmicos ouvidos pela Folha não costumam realizar eventos para estimular a discussão com os alunos.
Na PUC (Pontifícia Universidade de São Paulo), o uso da droga
em suas dependências está sendo
coibido por "bedéis" -fiscais
que, entre outras atribuições, passeiam pelos corredores e pelo
campus, abordando alunos que
estejam fumando maconha.
"Somos contra esse projeto de
segurança. Mas isso não quer dizer
que somos a favor do uso indiscriminado. É preciso promover debates, levantar o papel que isso
tem hoje", diz Carolina Nery de
Freitas, 17, uma das coordenadoras do centro acadêmico da Faculdade de Ciências Sociais da PUC.
Já para o presidente do centro
acadêmico de Direito da PUC, Ricardo Handro, não se pode fazer
"tempestade num copo d'água".
"Os bedéis apenas conversam,
pedem para apagar. Não considero isso uma repressão. É claro que
muita gente fuma aqui como em
qualquer outra faculdade. Mas há
problemas muito mais sérios a se
tratar, como a falência da educação neste país."
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