São Paulo, segunda, 25 de maio de 1998

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Uso de droga aumenta em escola pública

do Conselho Editorial

O aumento de consumo de drogas nas faculdades, em particular a maconha, reflete tendência crescente nas escolas de primeiro e segundo graus em todo o país.
Desde 1987, o Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) levanta os hábitos de drogas entre estudantes de escolas públicas.
No ano passado, foram respondidos 15.503 questionários em dez municípios, indicando que 7,6% dos entrevistados usaram maconha alguma vez na vida; 2%, cocaína. Em 1987, essas porcentagens eram, respectivamente, 2,8% e 0.5%.
Há cidades onde o problema é mais acentuado. Indagados sobre se já tinham usado maconha alguma vez na vida, 14,4% dos estudantes de Porto Alegre responderam positivamente; Curitiba, 11,9%.
Psiquiatra da Universidade Federal de São Paulo, Ronaldo Laranjeira, que estuda o problema das drogas, acredita que a opinião pública está desinformada sobre os efeitos da maconha.
Segundo ele, com o tempo a maconha fica mais forte e pode causar mais dependência.
"Antigamente, a cocaína era bem mais fraca e utilizada até como remédio, o que hoje é impensável", diz.

Dado anterior
Estudo divulgado no ano passado pelo Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas do Hospital das Clínicas mostrou que 7,1% dos estudantes da USP na cidade de São Paulo já haviam experimentado cocaína pelo menos uma vez na vida.
Nesse universo, 90,1% já haviam experimentado álcool e 18,2% algum tipo de solvente com efeito entorpecente -cola de sapateiro ou benzina, por exemplo.



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