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Droga muda rotina dos jovens em família
da Sucursal do Rio
Na casa de P., 17, em Copacabana (zona sul do Rio), todos os bens
de valor estão trancados. Sua irmã
mais velha só dorme com a porta
do quarto trancada para evitar que
P. entre e leve alguma coisa.
Sua mãe descobriu há três anos o
envolvimento do filho com as drogas. "Já o levei a terapeutas, mas
ele não aceita o tratamento. Não
sei mais o que fazer. Ele está vendo
o que está acontecendo com ele,
está escolhendo o caminho mais
difícil", diz a mãe, professora universitária.
Há dois meses, o menor foi preso pela segunda vez. No bolso carregava trouxinhas de maconha.
Da primeira vez, sua pena foi fazer
um tratamento contra o vício e
cumprir um período de prestação
de serviços à comunidade.
Na terça-feira passada, P. foi ouvido em audiência na 2ª Vara da
Infância e da Juventude. Poderá
ter que cumprir um período em
semiliberdade -não será enviado
a nenhuma instituição, mas obrigado a se apresentar toda semana
no Juizado.
O pai de L., 16, morador do Jacarezinho (zona norte da cidade)
chorou ao ouvir que seu filho ficará em liberdade assistida por seis
meses. Terá que se apresentar semanalmente ao Juizado, além de
fazer um tratamento contra o uso
de drogas.
L. foi preso em um domingo de
verão na praia de Ipanema (zona
sul). Com ele, algumas trouxinhas
de maconha. "Não eram minhas,
eu só estava segurando para um
amigo que foi dar um mergulho e
depois sumiu", afirma.
A preocupação do pai: "Ele vai
perder o emprego. Se eu soubesse
que iria acontecer isso aqui, tinha
sumido com ele", diz.
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