São Paulo, segunda, 25 de maio de 1998

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Droga muda rotina dos jovens em família

da Sucursal do Rio

Na casa de P., 17, em Copacabana (zona sul do Rio), todos os bens de valor estão trancados. Sua irmã mais velha só dorme com a porta do quarto trancada para evitar que P. entre e leve alguma coisa.
Sua mãe descobriu há três anos o envolvimento do filho com as drogas. "Já o levei a terapeutas, mas ele não aceita o tratamento. Não sei mais o que fazer. Ele está vendo o que está acontecendo com ele, está escolhendo o caminho mais difícil", diz a mãe, professora universitária.
Há dois meses, o menor foi preso pela segunda vez. No bolso carregava trouxinhas de maconha. Da primeira vez, sua pena foi fazer um tratamento contra o vício e cumprir um período de prestação de serviços à comunidade.
Na terça-feira passada, P. foi ouvido em audiência na 2ª Vara da Infância e da Juventude. Poderá ter que cumprir um período em semiliberdade -não será enviado a nenhuma instituição, mas obrigado a se apresentar toda semana no Juizado.
O pai de L., 16, morador do Jacarezinho (zona norte da cidade) chorou ao ouvir que seu filho ficará em liberdade assistida por seis meses. Terá que se apresentar semanalmente ao Juizado, além de fazer um tratamento contra o uso de drogas.
L. foi preso em um domingo de verão na praia de Ipanema (zona sul). Com ele, algumas trouxinhas de maconha. "Não eram minhas, eu só estava segurando para um amigo que foi dar um mergulho e depois sumiu", afirma.
A preocupação do pai: "Ele vai perder o emprego. Se eu soubesse que iria acontecer isso aqui, tinha sumido com ele", diz.



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