da Reportagem Local

Os membros da CPI da máfia da propina decidiram ontem não antecipar a data do convite ao prefeito Celso Pitta e ao ex-prefeito Paulo Maluf para prestarem esclarecimentos à comissão. Com isso, ficou ainda mais improvável que os dois prestem depoimento.
Na quinta-feira passada, a comissão aprovou o convite aos dois políticos. Mas o relator da comissão, Milton Leite, pediu um prazo de 15 dias para juntar documentos de obras feitas por Maluf suspeitas de superfaturamento. Apenas depois dos 15 dias, os dois seriam convidados.
Acreditando que a CPI seria prorrogada, os vereadores oposicionistas da comissão, José Eduardo Cardozo (PT) e Dalton Silvano (PSDB), aceitaram a argumentação de Milton Leite.
Mas, como a prorrogação foi rejeitada e a CPI acaba em 9 de junho, Cardozo tentou antecipar o convite. Ele propôs aos demais membros que Maluf prestasse depoimento na sexta-feira, dia 28, e Pitta na segunda, 31 de maio.
O tucano Silvano apoiou Cardozo, mas a proposta foi rejeitada por três votos a dois. Os pepebistas Wadih Mutran e Brasil Vita são contrários aos convites aos dois políticos, independente da data.
Milton Leite diz que não pode ouvir Maluf sem ver os documentos sobre a obra da avenida Água Espraiada, no Brooklin (zona sudoeste de SP). Ele suspeita que a obra tenha sido superfaturada.
Os documentos foram pedidos ontem pela CPI à Secretaria Municipal de Obras, com um prazo de 24 horas para a entrega. Com isso, a discussão sobre as datas dos depoimentos ficou para a sessão de quinta-feira da CPI.
Outro empecilho para a CPI conseguir ouvir Pitta e Maluf é a maneira como eles estão sendo chamados. Os dois estão recebendo convites, que podem ser recusados.
Apenas após a recusa do segundo convite, a CPI poderia convocar os políticos, o que os obrigaria a comparecer à comissão.
Por isso, Silvano apresentou um requerimento pedindo a transformação do convite a Maluf em convocação. Mas a proposta só será analisada na quinta-feira.


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