|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Brasil é destaque no encontro
DE NOVA YORK
Dois motivos transformam o
Brasil em uma das estrelas da
"Crise Global, Ação Global".
Primeiro, o programa de saúde
brasileiro é o único entre países
em desenvolvimento citado como
exemplar pelo secretário-geral da
ONU, Kofi Annan. Segundo relatório da entidade, o Brasil é o único do grupo a dar tratamento gratuito a infectados com o HIV. Estatísticas do início da década passada diziam que o país teria hoje
1,2 milhão de infectados. Os números reais são menos da metade.
O segundo é a grande repercussão da cruzada liderada pelo ministro José Serra (Saúde) contra
laboratórios que cobram preços
altos de remédios essenciais, como os do coquetel anti-HIV.
Na semana passada, o ministério mandou publicar dois anúncios em jornais dos EUA como
"Washington Post" e "New York
Times". Um destacava trecho da
revista do jornal nova-iorquino
que elogiava as ações do governo.
O outro invocava o programa
para defender a lei brasileira que
autoriza quebra de patente de laboratórios estrangeiros em casos
excepcionais. Em fevereiro, os
EUA haviam contestado a lei na
Organização Mundial do Comércio (OMC), acusando-a de protecionismo disfarçado. No fim da
semana passada, a primeira vitória brasileira. O governo dos EUA
acenou retirar queixa e os dois lados podem firmar uma moratória
internacional sobre disputas que
envolvam regras de propriedade
intelectual e políticas de saúde.
Sábado, centenas de ativistas foram às ruas de Nova York gritar
slogans como "medicação para
todas as nações". Segundo relatório do Unaids (Programa das Nações Unidas para a Aids), US$ 9,2
bilhões ao ano resolveriam o problema de prevenção da Aids e tratamento dos infectados no mundo. Metade do valor iria para a
África, dividido em US$ 4,4 bilhões para tratamento e US$ 4,8
bilhões para prevenção. Hoje, o
gasto é de US$ 1,8 bilhão.
(SD)
Texto Anterior: Saúde: ONU tenta aprovar plano global anti-Aids Próximo Texto: Ataque à doença exige US$ 9,2 bi Índice
|