São Paulo, terça-feira, 25 de junho de 2002

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SEGURANÇA

Para o prefeito do Rio, só medidas enérgicas, como a supressão de algumas garantias individuais, vão surtir efeito

Cesar Maia pede adoção de estado de defesa

RICARDO REGO MONTEIRO
DA SUCURSAL DO RIO

O prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), defendeu a supressão das liberdades individuais para combater a violência. Ele sugeriu ontem, após o atentado contra a prefeitura, que o governo federal decrete estado de defesa em toda a região metropolitana do Rio.
Maia disse que somente com medidas enérgicas será possível combater o que classificou de tentativa de criação de um estado de terror no Rio. "O crime organizado, quando tem espaço para crescer, atinge o estágio do terror. Isso é um ato de terror e exige um movimento do governo federal no Rio", disse Maia.
Previsto pelo artigo 136 da Constituição, o estado de defesa só pode ser decretado pelo presidente e restringe algumas garantias individuais por 30 dias, prorrogáveis por mais 30.
Além de permitir a escuta telefônica sem autorização da Justiça, possibilita a prisão de suspeitos sem mandado judicial, entre outras medidas.

Descontrole
"O governo [estadual] precisa pedir a decretação do estado de defesa ao governo federal sem medo de que isso afete a autoridade política. O que afeta a autoridade é o descontrole", disse Maia.
O prefeito do Rio disse, também, que pedirá ao presidente da República a ajuda de policiais de outros Estados.
Segundo Maia, o estado de defesa deveria ser adotado em toda a região metropolitana do Estado do Rio, principalmente na capital, onde classificou a situação de crítica no quesito violência.
Essa não é a primeira vez que o prefeito do Rio cobra uma ação mais ostensiva no combate à criminalidade. Em recente entrevista, Maia chegou a dizer que o Rio "precisa de polícia de tiro".
"Se morrerem dois delinquentes, que morram cem, 500 mil, quantos forem necessários para restabelecer a ordem pública", afirmou o prefeito na ocasião.

Permissividade
Com relação à atuação do governo estadual, Maia chegou a dizer que a atuação dos responsáveis pela segurança no Estado do Rio se caracterizava por uma "política da permissividade".



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