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Para Marta, decisão afeta recuperação do parque
DA REPORTAGEM LOCAL
A prefeita Marta Suplicy classificou ontem de "incompreensível" a decisão do Conselho Superior do Ministério Público, que se
manteve contrário à construção
do auditório no Ibirapuera.
"Eu acho uma tristeza essa atitude do conselho, de má vontade
em relação à recuperação do parque. Porque, no fundo, estamos
falando não de um auditório, mas
da recuperação do parque mais
bonito da cidade", afirmou.
De acordo com Adriano Diogo,
titular da Secretaria do Verde e do
Meio Ambiente (SVMA), caso o
auditório não seja construído, a
realização de outras obras no Ibirapuera seria comprometida. "A
construção do auditório é o carro-chefe de toda essa reorganização."
De acordo com Marta, a prefeitura só iniciará as obras depois
que o Condephaat (Conselho de
Defesa do Patrimônio Histórico,
Artístico, Arqueológico e Turístico) mudar a resolução de tombamento do parque. No novo texto,
segundo ela, ficará clara a autorização do órgão à construção do
auditório. A prefeita disse que o
Condephaat deve reescrever o
texto até a próxima segunda-feira.
Urbanistas
A presidente da Associação de
Ensino de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, Anália Amorim,
é favorável à construção do auditório. Para ela, o principal problema em relação à permeabilidade
do local são os estacionamentos
que foram construídos dentro do
parque, que correspondem a 75
mil m2 de cobertura asfáltica. "A
construção do auditório é um
bem que a cidade ganha."
Regina Monteiro, presidente do
Movimento Viva São Paulo, disse
que a entidade ainda não possui
uma opinião em relação ao auditório, pois desconhece os detalhes
do projeto.
No sábado pela manhã, representantes do movimento, da
SVMA e de moradores da região
irão se reunir para esclarecer detalhes do Plano Diretor do Ibirapuera. "Uma das minhas dúvidas
é se, nesses 50 anos [entre a realização do projeto e a construção
do auditório], a vocação do parque não mudou e deixou de ser
cultural. Será que não precisamos
mais de áreas verdes do que de
equipamentos culturais?"
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