São Paulo, quarta, 25 de junho de 1997.



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Vizinhos se revezam para levar os filhos à escola

MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local

O funcionário público José Antonio Golfetto, 41, já mantinha um revezamento permanente com um vizinho de prédio para levar o filho Vinícius, 6, e o filho do amigo, Luís Henrique, 7, do prédio onde moram na Bela Vista, centro, para o colégio Maria Imaculada, no Paraíso, zona sudoeste.
Golfetto busca as duas crianças na escola todos os dias, enquanto que o amigo as leva diariamente.
"Moramos no mesmo prédio e temos filhos na mesma escola. Usar dois carros para fazer a mesma coisa seria uma estupidez."
Ontem, era a vez do vizinho, cujo carro tem placa final 3, participar do rodízio. O esquema alternativo criado por Golfetto e pelo amigo é simples. Na terça-feira, Golfetto leva e busca as crianças na escola.
Na sexta-feira, quando Golfetto será obrigado a deixar o carro, de placa final 9, na garagem, o pai de Luís Henrique fará o mesmo que ele e ficará responsável por buscar e levar os meninos no Maria Imaculada.
O esquema mantido pelos pais dos garotos já foi posto em prática, com sucesso, em 96, primeiro ano do rodízio antipoluição.
Golfetto é favorável ao rodízio. "Para nós que moramos no centro da cidade está uma beleza. Até o ar já dá para sentir que melhorou. O trânsito então, nem se fala."
O funcionário público já sentiu melhorias no trajeto entre sua casa e o trabalho, no Alto da Boa Vista, zona sudoeste de São Paulo.
"No final da tarde de ontem gastei 25 minutos no trajeto. Há quinze dias, no mesmo horário, mesmo percurso, gastei 50."
Só no rodízio
Um grupo de pais da Vila Mariana (zona sudoeste de São Paulo) contratou o transportador escolar Roberto Marques para levar dez crianças entre a escola e academia Acquasport, onde o grupo tem aula de natação.
Segundo Marques, o contrato será mantido enquanto houver o rodízio. Os dez "clientes especiais" têm aula na academia às terças e quintas.
O grupo é dividido em duas turmas de cinco crianças que fazem natação em horários diferentes.
"Os pais querem que as crianças seja levadas com segurança para casa. Devido ao rodízio, preferiram me contratar, pois também levo as crianças para a escola e eles não precisam se preocupar em criar esquemas de carona", afirmou Marques.



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