da Reportagem Local

Primeira pessoa a ser multada pelo rodízio, a estudante de direito Maria Gabriela Prado Manssur, 23, dona de uma BMW preta, pediu "desculpas por ter infringido a lei em cinco minutos" e disse ser a favor da operação antipoluição.
Maria Gabriela foi multada às 7h05 da segunda, entre as avenidas Rebouças e Henrique Schaumann (zona noroeste de São Paulo). "Sou a favor do rodízio. Infringi a lei e vou pagar a multa. Mas acho que fui escolhida para ser multada por estar num carro chamativo e ser mocinha. Havia mais três carros com final de placa proibido ao meu lado", disse Maria Gabriela.
Aluna do quarto ano de direito da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica), Maria Gabriela disse que havia montado um esquema especial na segunda para usar o carro e não furar o rodízio.
Ela saiu de sua casa no Morumbi (zona sudoeste) às 6h30 e esperava chegar à PUC, que fica em Perdizes (zona noroeste), às 7h, no máximo, antes de começar o rodízio.
"Durante, o dia eu deixaria o carro estacionado na PUC e usaria táxi para me locomover ao escritório onde faço estágio. À noite, depois que o rodízio tivesse acabado, voltaria para pegar meu carro na PUC", disse Maria Gabriela.
A estratégia não deu certo. "O trânsito estava ruim e acabei me atrasando no caminho para a faculdade", disse a estudante.
Por ter prova oral de direito previdenciário na universidade, às 7h30, Maria Gabriela afirmou que não podia abrir mão do carro na segunda.
Ela disse que os três carros de sua família têm placa com final 1 ou 2 e estavam, portanto, proibidos de rodar no mesmo dia.
A estudante disse que não pegou um ônibus para a PUC porque o Morumbi não é bem servido de transporte coletivo.
"Espero que a Secretaria de Segurança Pública seja tão eficiente quanto a do Meio Ambiente. Na segunda-feira retrasada, fui assaltada no mesmo lugar e na mesma hora em que fui multada nesta semana. Mas não havia ninguém para me defender", disse.



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