|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Casal é suspeito do assassinar padre
CLAUDIA VARELLA
da Agência Folha, no ABCD
Um casal morador da favela do
Oleoduto, em São Bernardo do
Campo (Grande SP), é o principal
suspeito do assassinato do padre
italiano Leo Commissari, 56.
O padre foi assassinado com três
tiros na manhã do último domingo dentro de um carro, em frente à
sua casa. O crime aconteceu na
noite de sábado. Foram roubados
documentos pessoais e um talão
de cheque.
O delegado titular do 6º Distrito
Policial, Roberto Tadeu Sampaio
Lopes, 36, disse que as investigações sobre a autoria do crime
apontam para um casal da favela,
identificado apenas como João e
Patrícia, que já vinha sendo investigado anteriormente pela polícia.
Patrícia, segundo ele, seria a autora dos três disparos que mataram Commissari. Ela também teria matado a tiros Gentil de Lima,
37, na mesma noite e a 60 metros
do local onde o padre morreu.
Até as 18h de ontem, a polícia
não havia detido o casal. "Essa linha de investigação é a mais forte,
mas ainda não descartamos as demais. As investigações prosseguem", disse o delegado.
A polícia trabalha com várias hipóteses para o crime, como latrocínio (roubo seguido de morte),
homicídio e até vingança.
A polícia tem recebido diversas
denúncias anônimas, que dão
eventuais informações sobre o crime. Informações à polícia podem
ser passadas pelos telefones (011)
448-0694 e 414-3535.
Anteontem à noite, a bolsa do
padre foi encontrada na favela do
Oleoduto, próximo a um barraco.
A missa de corpo presente do
padre Commissari foi celebrada
ontem à tarde por padres do
ABCD e pelos bispos de Santo André, d. Décio Pereira, e de Ímola,
na Itália, Giuseppe Fabiani, na paróquia Jesus de Nazaré, na Vila
São Pedro, em São Bernardo.
Cerca de 2.000 pessoas, entre
elas mais de cem religiosos, participaram da celebração.
Estavam presentes ainda os prefeitos de Ímola, Rafaello de Brasi,
de Lugo (Itália), Maurizio Roy, e
de São Bernardo, Maurício Soares.
Para o padre Filippo Commissari, 67, irmão do religioso assassinado, há mais violência no Brasil
do que em Hong Kong, onde atua
como missionário há 40 anos.
A violência no Brasil também foi
destacada pelo bispo de Ímola,
Giuseppe Fabiani, 72. "A violência é maior aqui pelo desemprego,
pelas crianças abandonadas, pelo
que se vê nos grandes centros urbanos", disse. Commissari era subordinado a Fabiani.
O enterro do corpo do padre
ocorreu no final da tarde de ontem
no cemitério Baeta Neves, em São
Bernardo.
O caixão foi levado em cima de
caminhão do Corpo de Bombeiros, seguido por dezenas de carros
e ônibus com os fiéis.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|