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POLÍCIA
Acusados em processo ocupam cargos de chefia em São Paulo e são citados em dossiê da Procuradoria da República
Diretor da PF quer que delegados fiquem
ABNOR GONDIM
da Sucursal de Brasília
RENATO KRAUSZ
da Reportagem Local
O diretor da Polícia Federal, Vicente Chelotti, defendeu ontem a
permanência dos delegados Mário
Ikeda e Wilson Alfredo Perpétuo
no órgão, até o resultado final dos
processos sofridos por eles.
Eles ocupam cargos de chefia em
São Paulo e estão citados no dossiê
da Procuradoria da República
-Ikeda responde a um processo
por prevaricação e Perpétuo tem
uma condenação em primeira instância por facilitação de contrabando, além de outros dois processos em andamento.
Ikeda foi indicado para a chefia
de operações pelo delegado Pierro
Pietro, responsável pela Delegacia
de Polícia Fazendária de São Paulo. Perpétuo foi indicado pelo próprio Chelotti para a delegacia de
Ribeirão Preto (SP).
No caso de Ikeda, Chelotti disse
que ele não deverá ser demitido
mesmo que seja condenado em segunda instância. "É um crime leve, que não justifica a demissão",
disse Chelotti.
Segundo a PF, a condenação
contra Ikeda foi resultado de denúncia movida por procuradores
da República. Ele foi acusado de
ter falhado propositadamente na
missão de aplicar flagrante em três
outros agentes federais suspeitos
de extorquir um empresário.
Com relação a Perpétuo, a assessoria da PF afirma que ele tem feito
um excelente trabalho em Ribeirão Preto. Chelotti, por sua vez,
afirma que não pode se antecipar à
decisão judicial, já que Perpétuo
recorreu da condenação em primeira instância.
Perpétuo e Ikeda disseram ontem à Folha que permanecem nos
cargos em razão da confiança que
a PF deposita sobre eles.
"Tenho reconhecimento pelo
bom trabalho que realizei em Foz
do Iguaçu e por isso estou aqui",
disse Perpétuo.
Sobre sua condenação, Perpétuo
afirmou que a pessoa acusada de
contrabando foi absolvida. "Ou
seja, eu acabei condenado por facilitar um contrabando que não
existiu", afirmou.
O delegado Mário Ikeda afirmou
que a sindicância interna da PF para apurar a suposta prevaricação
concluiu que ele é inocente.
"Quando eu soube do caso dos
três agentes, comuniquei meu superior e ele determinou abertura
de inquérito na Corregedoria. O
Ministério Público, no entanto,
afirmou que eu deveria ter prendido os agentes e, então, a polícia
abriu a sindicância, que acabou
me inocentando."
Ikeda disse ainda que tem certeza
que será absolvido no julgamento
de primeira instância. "O Ministério Público não conseguiu provar nada contra mim. Eu não poderia ter prendido os agentes pois
não havia flagrante e até hoje nada
ficou provado contra os três."
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