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outro lado
"Medida permitiu a fidelização do cliente", afirma a estatal
DA REPORTAGEM LOCAL
A Sabesp diz que está em fase
de conclusão da rede e da estação de tratamento para fornecer a água de reúso à Santher,
no lugar da água potável.
Ela afirma que isso deve funcionar já no mês que vem -segundo a fábrica, a previsão informada é neste "segundo semestre do ano em curso".
A estatal avalia que não teve
prejuízo, embora reconheça
uma diferença de R$ 7,6 milhões em benefício da Santher,
desde 2003, na comparação
com outros grandes clientes.
Isso porque a medida, diz ela,
"permitiu a fidelização" de uma
empresa que não era uma grande cliente da Sabesp até então
-ela obtinha água de outras
fontes para os seus processos.
Segundo Nilton Seuaciuc, assistente-executivo da diretoria
metropolitana da Sabesp, os
funcionários da estatal "vislumbraram um bom negócio"
na época, até porque a fábrica
repassaria R$ 1,2 milhão para a
construção da rede de fornecimento da água de reúso -infra-estrutura que poderia, depois,
ser usada para novos clientes.
Segundo a companhia, um
estudo em 2001 "demonstrou a
viabilidade econômica da negociação nestas condições" com a
Santher, "ainda mais porque a
maior capacidade instalada
permitirá a negociação com
empresas da região", podendo
aumentar "receitas futuras".
A estatal afirma que a obra
que permitiria esse fornecimento da água de reúso atrasou
por vários motivos. Por exemplo, devido a quatro processos
de licitação. Além disso, devido
à necessidade de adaptar os
efluentes finais da estação de
tratamento de esgoto. "Outro
fator foi em decorrência de a linha atravessar área densamente urbanizada", informou.
A Sabesp também considera
não haver desperdício porque a
negociação abrangeu a concessão de R$ 1,2 milhão para construir a rede de fornecimento de
água de reúso para 90 milhões
de litros por mês a partir da estação do Parque Novo Mundo.
"Caso esse fornecimento não
se efetivasse poderíamos ter
dois cenários. O primeiro seria
a empresa se manter no local e
consumindo água potável da
rede pública, comprar água de
caminhões-tanques ou ter se
mudado do local. Nesse sentido, ele permitiu a fidelização do
cliente e também a manutenção da planta operando, sendo
preservados empregos", escreveu a Sabesp à reportagem.
A Santher divulgou uma nota
à Folha dizendo que foram seguidas as regras contratuais.
No comunicado, a Santher
diz que "repassou à Sabesp"
R$ 1,19 milhão "para a realização de obras necessárias para
fornecimento de água não-potável". "Como a concessionária
enfrentou problemas para a
plena operacionalização de sua
estação de tratamento [...], ela
optou pelo fornecimento de
água potável à Santher, conforme dispositivo contratual",
"sem que isso represente ônus
adicional", diz a empresa.
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