São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 2008

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outro lado

"Medida permitiu a fidelização do cliente", afirma a estatal

DA REPORTAGEM LOCAL

A Sabesp diz que está em fase de conclusão da rede e da estação de tratamento para fornecer a água de reúso à Santher, no lugar da água potável.
Ela afirma que isso deve funcionar já no mês que vem -segundo a fábrica, a previsão informada é neste "segundo semestre do ano em curso".
A estatal avalia que não teve prejuízo, embora reconheça uma diferença de R$ 7,6 milhões em benefício da Santher, desde 2003, na comparação com outros grandes clientes.
Isso porque a medida, diz ela, "permitiu a fidelização" de uma empresa que não era uma grande cliente da Sabesp até então -ela obtinha água de outras fontes para os seus processos.
Segundo Nilton Seuaciuc, assistente-executivo da diretoria metropolitana da Sabesp, os funcionários da estatal "vislumbraram um bom negócio" na época, até porque a fábrica repassaria R$ 1,2 milhão para a construção da rede de fornecimento da água de reúso -infra-estrutura que poderia, depois, ser usada para novos clientes.
Segundo a companhia, um estudo em 2001 "demonstrou a viabilidade econômica da negociação nestas condições" com a Santher, "ainda mais porque a maior capacidade instalada permitirá a negociação com empresas da região", podendo aumentar "receitas futuras".
A estatal afirma que a obra que permitiria esse fornecimento da água de reúso atrasou por vários motivos. Por exemplo, devido a quatro processos de licitação. Além disso, devido à necessidade de adaptar os efluentes finais da estação de tratamento de esgoto. "Outro fator foi em decorrência de a linha atravessar área densamente urbanizada", informou.
A Sabesp também considera não haver desperdício porque a negociação abrangeu a concessão de R$ 1,2 milhão para construir a rede de fornecimento de água de reúso para 90 milhões de litros por mês a partir da estação do Parque Novo Mundo.
"Caso esse fornecimento não se efetivasse poderíamos ter dois cenários. O primeiro seria a empresa se manter no local e consumindo água potável da rede pública, comprar água de caminhões-tanques ou ter se mudado do local. Nesse sentido, ele permitiu a fidelização do cliente e também a manutenção da planta operando, sendo preservados empregos", escreveu a Sabesp à reportagem.
A Santher divulgou uma nota à Folha dizendo que foram seguidas as regras contratuais.
No comunicado, a Santher diz que "repassou à Sabesp" R$ 1,19 milhão "para a realização de obras necessárias para fornecimento de água não-potável". "Como a concessionária enfrentou problemas para a plena operacionalização de sua estação de tratamento [...], ela optou pelo fornecimento de água potável à Santher, conforme dispositivo contratual", "sem que isso represente ônus adicional", diz a empresa.


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