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Delegado-geral do MA critica governo e cai
Chefe da Polícia Civil criticou contratação de serviços de consultorias privadas de gestão pela Secretaria da Segurança
Por meio de nota, a secretária Eurídice Vidigal afirmou
que os contratos firmados possibilitam maior controle e economia para o Estado
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
O delegado-geral da Polícia
Civil do Maranhão, Jefferson
Portela, foi exonerado ontem
pelo governador Jackson Lago
(PDT) após criticar publicamente a gestão da secretária da
Segurança, Eurídice Vidigal.
A saída de Portela aprofunda
a crise na segurança pública do
Estado. Ele criticou a contratação pela secretaria, sem licitação, de serviços de consultorias
privadas de gestão por até
R$ 2,6 milhões.
Ele também reclamou da
contratação, por R$ 16,4 milhões, de uma empresa para
gestão e manutenção da frota
da pasta -a secretaria diz que o
valor é de R$ 12,9 milhões. Em
nota, Eurídice Vidigal disse que
o contrato trará economia.
"Questionei o gasto com consultorias de gestão. O grosso do
dinheiro da segurança está indo para atividades-meio, e não
para a atividade-fim da secretaria", disse Portela.
No início do mês, o delegado
foi ouvido pelo Ministério Público, que investiga supostas irregularidades ocorridas na secretaria em 2007, citadas em
relatório da Controladoria Geral do Estado.
Segundo o policial, ele só fez
críticas públicas após parte de
seu depoimento ter sido revelada pela mídia local.
"O delegado-geral é um cargo
de confiança. O governador só
tinha duas opções: ou saía o delegado-geral ou a secretária. Na
correlação de forças, o escolhido fui eu", afirmou Portela.
Ele reclamou também de que
contratos com as consultorias
privadas são firmados com
mais rapidez do que os outros.
"Uma consultoria dessa é aprovada rapidinho, enquanto tenho um processo tramitando
desde março de 2007 para a
aquisição de R$ 200 mil em armas e que não acaba."
O governador Jackson Lago,
que nomeou o delegado Antônio Bezerra para o cargo, não
comentou ontem a exoneração
de Portela. Bezerra deverá assumir o posto em 15 dias.
Outro lado
Em nota, a secretária Eurídice Vidigal, mulher do ex-presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Edson Vidigal,
disse que o contrato para gestão da frota citado por Portela
prevê o uso de um cartão magnético para registro de todos os
gastos com abastecimento e
manutenção dos veículos, possibilitando maior controle e
maior economia.
O valor do contrato, segundo
a secretaria, foi estimado a partir da média de gastos da frota.
Já o cartão, informou o governo, será implantado a partir de
janeiro de 2009, quando terminar o atual contrato de fornecimento de combustível.
"No contrato está previsto
que só será realizado o pagamento que estiver registrado
no cartão magnético. Portanto,
o valor previsto [R$ 12,9 milhões] deverá ser menor, pois o
controle será rigoroso", diz a
nota. A secretária não comentou as outras críticas.
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