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Governo ameaça fechar lojas de celulares com problemas
Alvo serão telefônicas com grande número de multas e que não resolveram falhas
Relatório do Ministério da Justiça mostra que, de cada 3 queixas de consumidores nos Procons, 1 se refere a serviço de telecomunicação
JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Diante do elevado número de
queixas de consumidores contra empresas de telefonia, o Ministério da Justiça ameaça fechar lojas de operadoras de celular e suspender serviços até
que as falhas sejam resolvidas.
Serão fiscalizadas empresas
que já receberam grande quantidade de multas e foram autuadas, mas não solucionaram
os problemas. O governo não
estipulou um número mínimo
de multas para a fiscalização.
O diretor do DPDC (Departamento de Proteção e Defesa do
Consumidor) do ministério,
Ricardo Morishita, citou o caso
em que o órgão suspendeu os
serviços de uma empresa em
todo o Estado de Goiás por seis
dias. No período, a companhia
manteve as operações para
clientes já existentes, mas não
pôde vender nenhum serviço.
A maior preocupação do ministério é o fato de as empresas
não mudarem o comportamento. Por isso, a Anatel (Agência
Nacional de Telecomunicações) também foi alvo de críticas do ministério. "O sistema
está cansado de aplicar multas,
de autuar as empresas. Agora
vamos subir o tom", disse.
Procurada, a Abrafix (Associação Brasileira de Concessionárias de Serviço Telefônico
Fixo Comutado) não quis se
pronunciar. A Acel (Associação
Nacional das Operadoras Celulares) afirmou que "a quantidade de reclamações de usuários
vem decrescendo".
Relatório do ministério mostra que, de cada três queixas de
consumidores nos Procons,
uma se refere a serviços de telecomunicações (fixa, móvel,
aparelhos, internet e TV por assinatura). É a maior proporção
por setor, superando as relativas a serviços bancários.
A pesquisa, feita em quatro
anos (de maio de 2005 a abril
deste ano), revela que as reclamações não mudaram ao longo
do período. A conclusão de Morishita é que as empresas decidiram não resolver o problema
dos clientes, incorporando os
conflitos na rotina do negócio.
A principal queixa dos clientes das telefônicas é a cobrança
indevida. Em seguida, aparecem a dificuldade de cancelar
ou alterar o serviço e a de conseguir assistência técnica ou
troca de aparelhos com defeito
que ainda estão na garantia.
O relatório foi encaminhado
à Anatel anteontem. A agência
informou que vai analisar as informações, mas não se pronunciou sobre as críticas.
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