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REMÉDIOS FALSOS
Donos de farmácias na Grande SP foram presos; medicamento era "maquiado" com embalagem falsificada
Quadrilha vende remédio do SUS em SP
MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local
Policiais do
Decon (Departamento de Polícia do Consumidor) prenderam em flagrante na madrugada de ontem
dois donos de farmácias em Poá e
Ferraz de Vasconcelos (Grande
São Paulo). Eles vendiam medicamentos desviados do SUS que
eram "maquiados" com embalagens falsificadas.
José Ferreira Pessoa, 46, dono da
rede de farmácias Estrela, de Ferraz, e Marcelo Fernandes de Souza, dono da Drogamar, de Poá, serão processados por receptação e
crime contra a Saúde pública.
Eles afirmaram que usavam os
serviços da Gráfica Gutenberg, em
Ferraz de Vasconcelos. A gráfica
preparava embalagens em que
eram omitidas a expressão "venda proibida" ou "proibida para
comércio" que constavam das
originais e "maquiava" os medicamentos vencidos.
Após uma denúncia anônima,
feita no início da semana, na qual
apontavam Pessoa e Souza pela
venda de medicamentos sem procedência, a polícia passou a acompanhar os movimentos de ambos.
Na noite de ontem, um caminhão carregado de medicamentos
saiu da farmácia de Souza, em
Poá, e parou na casa dele, no Itaim
Paulista (zona leste de São Paulo).
Na casa de Souza foram apreendidas 131 caixas de diversos medicamentos e algumas unidades do
psicotrópico Psicosedin e também
do remédio Cytotec, indicado no
combate à úlcera, cuja venda está
proibida devido às propriedades
abortivas do medicamento.
Foram apreendidas também 921
seringas e 100 agulhas descartáveis
com os comerciantes.
Souza indicou Pessoa como seu
"sócio" na venda dos produtos e
de mentor intelectual do crime.
O dono da farmácia Drogamar,
de Poá, disse que ele e Pessoa obtiveram os medicamentos no Núcleo Regional de Saúde 3, do Sistema Único de Saúde (SUS), em Itaquera (zona leste de São Paulo),
que abastece de medicamentos 50
unidades de Saúde da região.
Souza disse que ele e Pessoa obtinham os medicamentos com duas
funcionárias da unidade, Eliane
Cristina da Silva, 29, encarregada
do setor de farmácia do núcleo 3, e
Lismara Guagliumi Temudo, 33,
oficial administrativa do setor.
As duas e o dono da gráfica Gutenberg, José Ailton Souza Santos,
39, foram levadas ontem à 2ª Delegacia da Divisão de Crimes Contra
a Fazenda do Decon, responsável
pela investigação e pela prisão em
flagrante dos dois comerciantes.
Eliane e Lismara não foram flagradas vendendo o produto para
os comerciantes e responderão a
processo em liberdade.
Santos, que afirmou a policiais
ter sido contratado por Pessoa para produzir 6 mil embalagens de
medicamentos, também aguardará em liberdade.
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