São Paulo, sábado, 25 de julho de 1998

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Réus ficam sem algemas

da Reportagem Local

Os réus aproveitavam as interrupções do julgamento para ficar com os familiares.
A primeira suspensão dos trabalhos ocorreu por volta das 14h. Nesse momento, a presença da tropa de choque ainda era ostensiva no tribunal. Os ex-PMs apenas trocaram algumas palavras com os familiares que, ao lado de advogados, oficiais e jornalistas, lotavam o plenário da 1ª Auditoria.
Alguns dos réus mantinham-se de cabeça baixa ou olhando fixamente para um ponto, enquanto outros arriscavam espiar para trás para tentar enxergar alguém conhecido.
Eles não conversavam entre si, apenas com seus advogados, nos intervalos.
Á noite, houve um período de maior descontração. O policiamento diminuiu e os cinco ex-PMs, sem algemas, puderam ficar ao lado de seus familiares no corredor da 1ª Auditoria.
Conversavam e trocavam beijos discretos com as namoradas e mulheres. Nesse momento, estavam sem algemas.
Os réus acompanharam o julgamento sem algemas, que eram colocadas somente nos intervalos, quando eram conduzidos para uma outra sala.
Os seis advogados dos ex-PMs acompanharam o julgamento na primeira fila do plenário. Não havia espaço para tantos defensores.
Às 22h30, o juiz-auditor Ronaldo João Roth iniciou a votação. O presidente do Conselho Especial de Justiça da 1ª Auditoria, coronel Flávio Turessi, iniciou o relato de seu voto dizendo: "A sociedade está clamando, está no aguardo ansioso de uma resposta da Justiça pelos atos praticados por esses ex-PMs."
"Hoje estamos começando a dar uma resposta à sociedade pelo o que aconteceu em março do ano passado, em Diadema", disse o coronel Turessi.
Antes dele, o major Sérgio Carlos Filho havia dito: "Estou envergonhado com o que vi. Se eu fosse vocês (réus), pediria desculpas para a sociedade."
Os advogados dos réus, que sustentaram que as filmagens, na verdade, seriam uma armação para prejudicar os PMs, criticaram as penas impostas pela Justiça Militar. (AL)


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