São Paulo, sábado, 25 de julho de 1998

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Homem é morto ao denunciar fazendeiro

WAGNER OLIVEIRA
da Agência Folha, em Teresina

Um trabalhador rural foi assassinado na última quarta-feira por denunciar, em um programa de rádio na cidade de Picos, no Piauí, o alistamento de fazendeiros nas frentes de emergência da Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste).
O crime ocorreu no posto telefônico de Geminiano, município vizinho de Picos (325 quilômetros ao sul de Teresina). Waldo Andrelino Hipólito estava no posto falando ao telefone com a rádio para fazer a denúncia.
Em conversa com o radialista Tede Drumond, transmitida pelo programa "Agitando a Cidade", Hipólito denunciou que o alistamento de fazendeiros nas frentes de trabalho contra a seca estava ocorrendo nos povoados de Ambrósio, Milhan e Exu, zona rural de Geminiano.
O acusado de ser o autor do crime é o fazendeiro Manoel Hipólito Ferreira, que teve o nome citado pelo trabalhador rural assassinado depois da entrevista. O fazendeiro é primo de Hipólito.
Assim que deixou o posto, após terminar a entrevista, Hipólito levou cinco tiros. O acusado pelo crime fugiu em seguida.
A Polícia Militar cercou ontem uma propriedade onde o fazendeiro poderia estar escondido.
O diretor de planejamento da Comissão Estadual das Ações Emergenciais contra os Efeitos da Seca, Raimundo José, afirmou que o nome do fazendeiro acusado pelo crime não está incluído na lista dos trabalhadores beneficiados com os recursos da Sudene.
O nome do rapaz assassinado consta da lista como os cadastrados nas frentes de emergência de trabalho. Raimundo José afirmou que vai investigar se fazendeiros realmente estão inscritos em frentes de trabalho.



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