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Homem é morto ao
denunciar fazendeiro
WAGNER OLIVEIRA
da Agência Folha, em Teresina
Um trabalhador rural foi assassinado na última quarta-feira por
denunciar, em um programa de
rádio na cidade de Picos, no Piauí,
o alistamento de fazendeiros nas
frentes de emergência da Sudene
(Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste).
O crime ocorreu no posto telefônico de Geminiano, município vizinho de Picos (325 quilômetros
ao sul de Teresina). Waldo Andrelino Hipólito estava no posto falando ao telefone com a rádio para
fazer a denúncia.
Em conversa com o radialista
Tede Drumond, transmitida pelo
programa "Agitando a Cidade",
Hipólito denunciou que o alistamento de fazendeiros nas frentes
de trabalho contra a seca estava
ocorrendo nos povoados de Ambrósio, Milhan e Exu, zona rural
de Geminiano.
O acusado de ser o autor do crime é o fazendeiro Manoel Hipólito
Ferreira, que teve o nome citado
pelo trabalhador rural assassinado
depois da entrevista. O fazendeiro
é primo de Hipólito.
Assim que deixou o posto, após
terminar a entrevista, Hipólito levou cinco tiros. O acusado pelo
crime fugiu em seguida.
A Polícia Militar cercou ontem
uma propriedade onde o fazendeiro poderia estar escondido.
O diretor de planejamento da
Comissão Estadual das Ações
Emergenciais contra os Efeitos da
Seca, Raimundo José, afirmou que
o nome do fazendeiro acusado pelo crime não está incluído na lista
dos trabalhadores beneficiados
com os recursos da Sudene.
O nome do rapaz assassinado
consta da lista como os cadastrados nas frentes de emergência de
trabalho. Raimundo José afirmou
que vai investigar se fazendeiros
realmente estão inscritos em frentes de trabalho.
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