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CONTROLE HI-TECH
Nova ala do Hospital São Paulo, da Unifesp, poderá tratar doenças com alto índice de contágio
Enfermaria terá segurança máxima
CARLA CONTE
da Reportagem Local
O Hospital São Paulo, da Unifesp (Universidade Federal de
São Paulo), inaugura amanhã
enfermaria com segurança máxima, que permite tratar doenças com alto índice de contágio
por via aérea e por gotículas.
A nova ala receberá inicialmente pacientes com tuberculose. Haverá oito leitos, distribuídos em quatro quartos, que serão supervisionados por quatro
auxiliares de enfermagem.
A enfermaria é separada do
restante do hospital por meio de
uma porta de vidro, que é aberta
por meio de sensores apenas a
funcionários credenciados para
trabalhar naquele setor.
O setor terá pressão negativa
-por meio de um sistema de
exaustão, o ar fica "preso" na
enfermaria, não se espalhando
para outros setores hospitalares.
Essa medida ajuda a impedir o
contágio da tuberculose a outros
pacientes e funcionários.
O ar da enfermaria também é
constantemente filtrado (cerca
de 12 vezes por hora) para retirar
do ambiente partículas pequenas, diminuindo a chance de
contágio da tuberculose dentro
do próprio setor. A eficácia desse
sistema de filtração é de 99,97%.
Para o sistema funcionar, não
pode haver ventilação natural. A
ventilação fica por conta do sistema de exaustão e filtração, que
joga no ambiente o mesmo ar
após ter sido "limpo".
Além do sistema de filtração,
os funcionários desse setor também usarão máscaras especiais,
que têm a capacidade de filtrar
95% das partículas pequenas que
ficam no ambiente.
"O principal objetivo é reduzir
o risco de transmissão, que hoje
é muito alto", diz Eduardo de
Medeiros, coordenador do Serviço de Prevenção e Controle de
Infecção Hospitalar do Hospital
São Paulo. O índice de risco de
contágio atualmente é de 40%.
O hospital também pretende
reduzir pela metade o tempo de
diagnóstico, que atualmente é de
quatro horas. "Diagnosticar o
quanto antes é fundamental",
diz o coordenador. Para detectar
a doença é colhido o escarro do
paciente, que vai para análise.
Laboratórios
Além da criação da nova enfermaria, também serão inaugurados amanhã, oficialmente, cinco
laboratórios de pesquisa. "Eles
vão melhorar a capacidade de
diagnosticar infecções causadas
pelo vírus da Aids", diz Antonio
Carlos Pignatari, professor titular de doenças infecciosas e parasitárias da Unifesp.
Nesses laboratórios, que já começaram a funcionar parcialmente desde junho, será feito o
rastreamento do vírus e verificada a resistência do HIV às drogas
do coquetel anti-Aids.
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