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Pacientes do SUS são
recusados por hospital
em São José do Rio Preto
O Hospital de Base de São José do
Rio Preto, um dos mais importantes do interior de São Paulo, está
desde ontem recusando pacientes
do SUS cuja enfermidade não seja
grave.
O objetivo, segundo a direção do
hospital, é acabar com a superlotação e melhorar o atendimento.
Pacientes que chegaram ao hospital sem encaminhamento médico foram "devolvidos" para a cidade de origem ou orientados a
procurar postos de saúde.
A Agência Folha acompanhou
durante cinco minutos o movimento na ala de emergência e
constatou dois casos recusados.
A estudante Cláudia Germano,
12, com dores no joelho, foi orientada a procurar a UBS (Unidade
Básica de Saúde) do bairro São
Manoel, onde mora.
Marcia Elizabete Marcello, 26,
portadora de HIV, viajou 115 quilômetros de ambulância desde
Guaiçara (463 km de SP). Ela pretendia retomar o tratamento do vírus com coquetel de medicamentos. Não foi atendida porque o pedido de encaminhamento não tinha carimbo do médico.
O primeiro dia de "triagem rigorosa" surtiu efeito. Até as 11h30,
tinham sido atendidas 27 pessoas
no setor de emergência.
Na segunda-feira da semana anterior, foram atendidos 51 pacientes no mesmo período, segundo a
assessoria.
A direção do hospital fixou em
200 o número de leitos para o setor
de emergência, que na última sexta-feira tinha 300 internados.
Pelos serviços que presta, o hospital recebe do SUS (Sistema Único de Saúde) recursos mensais de
R$ 3 milhões. O Hospital de Base é
ligado à Faculdade Regional de
Medicina de São José do Rio Preto
(451 km a noroeste de SP).
A direção da fundação mantenedora do hospital alega querer acabar com a superlotação e oferecer
melhor atendimento.
Segundo o diretor Jorge Fares,
43, a expectativa é cortar 25% dos
atendimentos ambulatoriais e 30%
dos casos de emergência.
Segundo ele, o hospital deixou
de receber R$ 160 mil mensais desde a municipalização da saúde.
(EDMILSON ZANETTI)
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