da Sucursal do Rio

Dietas ricas em frutas e verduras e pobres em gordura animal reduzem pela metade o risco para todos os tipos de câncer, revelam os estudos feitos nos últimos 20 anos pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, órgão da OMS (Organização Mundial de Saúde) com sede na França.
Segundo o pesquisador Anthony Miller, a dieta ideal inclui de cinco a seis porções diárias de frutas e vegetais. "Não sabemos como atuam as frutas e vegetais, mas é certo que eles protegem o organismo", diz.
Para o pesquisador, a dieta rica em frutas e vegetais não precisa sequer de suplementos vitamínicos. Ele também não elabora, para seus pacientes, uma lista de alimentos proibidos. "Se você almoça e come um pouco de cenoura, aquilo é uma porção de vegetais. Uma maçã é uma porção de fruta. Não há alimentos proibidos. O importante é ter alimentação balanceada".
A ingestão de frutas e vegetais reduz os riscos não só para os tumores do aparelho digestivo (boca, faringe, esôfago), mas também protege a mama, a próstata, o útero e o ovário. É preciso evitar dietas ricas em gordura animal e alto teor calórico. Mulheres com baixa atividade física estão mais sujeitas ao câncer de mama.
Não à toa, dizem os especialistas, os tipos de câncer que mais crescem no Brasil -de mama, próstata e intestino grosso- têm alguma relação com alimentação rica em gordura animal e deficiente em frutas e vegetais.
"Nos países em desenvolvimento, dietas como o nosso arroz com feijão estão sendo modificadas pela invasão dos hambúrgueres. O recomendável é que o brasileiro volte à sua dieta tradicional", diz Sérgio Koifman, especialista em epidemiologia do câncer da Fundação Oswaldo Cruz.
No caso do câncer de mama, há outros fatores de risco: o atraso na primeira gravidez (que protege a mama), a menstruação precoce e a menopausa retardada, o que aumenta o período de ação do estrogênio -hormônio feminino.
É também alta no Brasil a incidência do câncer de estômago, relacionado à forma de conservação dos alimentos com sal.



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