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INFÂNCIA PERDIDA
Prostituta de 15 anos foi esfaqueada na garganta em discussão com cliente
Assis investiga prostituição infantil
em Presidente Prudente
O Ministério Público de Assis
(SP) vai investigar a ligação entre a
tentativa de assassinato contra
uma garota de 15 anos, ocorrida
no final de semana passado, com a
prostituição de adolescentes na cidade.
A suposta garota de programa
A.S.S., 15, recebeu uma facada na
garganta durante a discussão com
um cliente que se recusava a pagá-la, na madrugada de sábado.
A. mora em Tarumã, cidade vizinha a Assis (460 km a oeste de São
Paulo), é filha de trabalhadores rurais e deixava sua casa para fazer
programas.
A. afirmou à polícia ter saído
com um cliente em um Fiat 147. O
cliente, segundo ela, não concordou com o preço.
O acusado acertou a garota com
uma faca, na altura do pescoço e a
deixou em uma avenida da cidade.
Segundo a Agência Folha apurou, a garota vinha se prostituindo
desde os 13 anos, sem o conhecimento dos pais. Ela dizia que estava indo trabalhar em Assis.
Na semana passada, quatro meninas -a de menor idade tem 9
anos- foram relacionadas a casos
de prostituição na cidade, de 83
mil habitantes. Elas estavam em
uma parque, e foram vítimas de
uma tentativa de estupro.
Os novos casos serão incluídos
no inquérito aberto pelo Ministério Público para investigar a prostituição de crianças e adolescentes
em Assis.
Um levantamento realizado pelo
Conselho Tutelar do Menor cadastrou pelo menos 37 meninos e meninas se prostituindo nas ruas.
Segundo o promotor Eduardo
Henrique Amâncio de Souza, 31,
não existem provas de que haja
uma rede organizada de exploração sexual dos menores.
"Temos casos espontâneos, de
crianças oriundas de famílias desajustadas", afirmou o promotor.
O promotor disse que também
está investigando a presença de
menores em shows eróticos.
Em abril passado, uma prostituta foi condenada a quatro anos de
prisão na cidade, porque foi considerada culpada da acusação de levar uma vizinha, de 11 anos, para
fazer programas nas ruas.
Os menores já cadastrados pelo
conselho tutelar serão incluídos
em um projeto de educadores de
rua, que será votado amanhã pelo
conselheiros.
A maioria deles, segundo o conselheiro Elvio Alexandre Mariano,
24, pertence a famílias de trabalhadores rurais e de desempregados.
"A mecanização da cultura de
cana está tirando empregos na região", afirmou. Se for aprovado, o
projeto ainda depende de uma verba de R$ 1.900 para ser implantado, durante seis meses.
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