DO "AGORA"

A Justiça decretou ontem à noite a prisão temporária (válida por 30 dias) do suspeito de ser autor de pelo menos um dos sete ataques a aposentados -que deixaram quatro mortos- em Diadema (SP) entre 6 de maio e o dia 17 deste mês. Ele nega o crime.
Os sete ataques ocorreram entre os quilômetros 17 e 18 da rodovia dos Imigrantes. O assassino levaria as vítimas à rodovia a pé após ganhar a confiança delas dizendo que caminharia a um local próximo para receber uma quantia em dinheiro do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Segundo a polícia, o suspeito se apresentou espontaneamente com um advogado em um distrito policial e prestou depoimento, negando ter cometido os crimes. A Polícia Civil de Diadema, no entanto, teria fortes indícios de que ele teria cometido o assassinato de João de Deus Pereira, 80.
Avô de um policial civil, Pereira foi a última vítima dos ataques. Ele foi encontrado morto a pauladas em um matagal ao lado do km 18 da rodovia, no dia 17.
O delegado Mitiaki Yamamoto afirma que, na ocasião, o acusado teria ameaçado o aposentado para obrigá-lo a fornecer a senha da conta bancária e, depois, o matado. Porém, o criminoso não conseguiu sacar a dinheiro, pois a senha fornecida estava errada.
Sem revelar muitos detalhes de como a polícia chegou ao suspeito, Yamamoto disse apenas que foi por meio de "testemunhas". De acordo com ele, o detido é moreno, de pele clara e tem 23 anos.

Câmeras
Anteontem, a polícia de Diadema havia divulgado ter identificado um suspeito com base em imagens feitas por câmeras do circuito interno de uma agência do Unibanco, no centro da cidade.
As imagens em que ele aparece foram gravadas no último dia 3 de agosto, quando o aposentado Antônio Correa Meireles, 74, desapareceu. Na filmagem, Meireles está ao lado de um homem moreno que o ajuda a sacar dinheiro do caixa eletrônico. No dia seguinte, o corpo do aposentado foi encontrado em um matagal no km 17 da Imigrantes. Os R$ 100 que ele havia sacado desapareceram.
Um retrato falado do assassino foi feito anteontem com base na descrição do sobrevivente de um dos ataques. Segundo a polícia, o retrato ainda não será divulgado para que as investigações sobre o caso não sejam prejudicadas.
Outra linha de investigação da polícia aponta que duas pessoas podem ter cometido os crimes.
(Marco de Castro)


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