São Paulo, sábado, 25 de setembro de 2004

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Local é "caixão de castigo", diz secretário

DA AGÊNCIA FOLHA

Um "caixão de castigo", foi como o secretário do Emprego e de Promoção Social Social do Paraná, Padre Roque Zimmermann, definiu o educandário onde ocorreu a rebelião com sete mortos.
Segundo ele, o prédio "é totalmente inadequado" à recuperação dos menores infratores. "O que aconteceu aqui foi uma crônica de morte anunciada que durou 25 ou 30 minutos."
Zimmermann acusa o governo de Jaime Lerner (ex-PFL, hoje PSB) de responsável pelo confinamento de jovens no educandário. A Agência Folha não conseguiu repercutir a acusação com representantes do governo Lerner.
O prédio principal tem dois pavimentos e duas alas onde ficam os menores considerados mais violentos. Uma terceira ala é separada e abriga garotos de 13 a 15 anos e os que seriam agressivos.
O regime de internamento é considerado de carceragem convencional, mas o prédio não confere segurança. A parede que separa as alas A e B, que os rebelados romperam, é feita de tijolos de seis furos -mais fáceis de quebrar-, segundo Zimmermann.
Os 237 internos seriam monitorados por apenas 25 educadores e agentes de segurança, segundo relato de sindicatos das categorias.
O secretário afirma que o governo não teve tempo, em um ano e nove meses, de promover uma mudança no educandário São Francisco e que constrói unidades no interior para descentralizar o atendimento e manter os adolescentes próximos das famílias.
(MARI TORTATO E TIAGO ORNAGHI)


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