São Paulo, sábado, 25 de setembro de 2004

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PANORÂMICA

RIO

Escadinha é enterrado ao som de "Meu Bom Juiz", cantado por Bezerra da Silva
Ao som do samba "Meu Bom Juiz", gravado por Bezerra da Silva, o traficante José Carlos dos Reis Encina, o Escadinha, foi enterrado ontem à tarde, no cemitério do Irajá (zona norte do Rio). O samba foi composto por Beto Sem Braço e Serginho Meriti em homenagem a Escadinha. "Meu bom juiz, não bata este martelo nem dê a sentença antes de ouvir o que meu samba diz/Pois este homem não é tão ruim quanto o senhor pensa/ Vou provar que lá no morro ele é rei/Coroado pela gente", diz a letra da música.
Fundador da facção CV (Comando Vermelho) e um dos maiores traficantes do Rio nos anos 80, Escadinha, 48, foi morto anteontem de manhã, na avenida Brasil, em Realengo (zona oeste). Ele havia acabado de deixar o presídio Plácido Sá Carvalho , onde cumpria pena em regime semi-aberto. O carro foi fechado por dois homens em uma moto e que fizeram os disparos.
Chorando, a mulher de Escadinha, Rosemar Adolfo Matheus, disse que ele morreu por não ter aceitado voltar ao crime.
Cerca de 250 pessoas foram ao enterro, a maioria do morro do Juramento (Vicente de Carvalho, zona norte), antigo reduto de Escadinha. Após enterro, uma equipe do jornal "O Dia" foi roubada fora do cemitério por dois homens armados.
O depoimento de um preso que estava na mesma cadeia que Escadinha reforça a suspeita da polícia de que o traficante teria sido morto devido a uma disputa de poder na cooperativa Rio Elite Service, um serviço de táxi do qual era sócio. Escadinha estaria preocupado com os rumos da cooperativa. (DA SUCURSAL DO RIO)

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