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Câmara divulga gastos, mas "esconde" fornecedor
Foram gastos R$ 339,1 mil no primeiro mês de vigência da nova verba de gabinete
Despesa mensal de cada gabinete não pode passar de R$ 13.340,62, mas aquilo que não foi usado pode ser acumulado até o fim do ano
DA REPORTAGEM LOCAL
A Câmara de São Paulo divulgou ontem quanto cada vereador gastou em agosto, primeiro
mês da vigência da nova verba
de gabinete, mas não disse
quem são os fornecedores.
De acordo com os dados
apresentados pela Câmara, José Ferreira, o Zelão (PT), foi o
campeão de gastos, com R$
13.340,47, seguido por Abou
Anni (PV), com R$ 13.326,72, e
Toninho Paiva (PMDB), com
R$ 12.975,95.
No total, a despesa mensal de
cada gabinete não pode ultrapassar R$ 13.340,62, o equivalente a 75% da verba do deputado estadual. A verba não utilizada, no entanto, poderá ser
gasta até o final de cada ano.
Ontem, a Mesa da Câmara
comemorava sua própria transparência, ao colocar na internet
o gasto de cada vereador. Porém, sem a listagem dos fornecedores, não é possível saber
onde cada parlamentar gastou
o dinheiro do Legislativo.
O maior gasto foi com produção e impressão gráfica: R$
78.519,70. Locação de veículos
para os vereadores custou R$
75.195,42. As despesas de correio somaram R$ 68.953,94.
No total, foram gastos R$
339,1 mil com todas as despesas, que incluem locação de veículos, combustíveis e lubrificantes, correio, material de escritório, assinaturas de jornais
e revistas, telefones fixo e móvel, provedor de internet, elaboração e manutenção de sites,
compra de livros e contratação
de consultorias.
Lideranças
As lideranças de partidos
também têm verbas disponíveis. A maior despesa foi da liderança do PV, com R$
3.072,17. O líder do partido é
Abou Anni. Se somarmos os valores das despesas do gabinete
do vereador e da liderança, Anni consumiu R$ 16.398,89.
A verba de gabinete foi criada
em maio após o prefeito Gilberto Kassab (DEM) se omitir ao
não sancionar nem vetar um
projeto aprovado na Câmara
que concedia aos vereadores
um pacote de benesses.
Antes, eles tinham direito a
serviços contratados pela própria Câmara. Agora, com a verba de gabinete, têm liberdade
para gastar no que bem entenderem, dentro dos parâmetros
estabelecidos pela Mesa, sem
precisar fazer licitação.
Um exemplo: no sistema anterior, eles tinham cota mensal
de R$ 800 de combustível. Agora, podem gastar até R$ 1.500.
A Folha protocolou há 15
dias um ofício pedindo acesso
às notas fiscais dos gastos dos
vereadores, mas não obteve
resposta. A presidência da Casa
informou apenas que o ofício
foi enviado ao departamento
jurídico.
(EVANDRO SPINELLI)
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