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crítica
Especialistas questionam o programa
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Especialistas ouvidos pela
Folha questionam o método
de premiação para evitar a
evasão escolar e alertam que
ele pode excluir os alunos
que têm rendimento ruim.
O prêmio pode excluir justamente aqueles com o perfil
mais propício ao abandono
das salas, diz o consultor da
Cesgranrio Ruben Klein, especialista em avaliação.
"Em termos de evasão, não
vejo muito efeito. [O programa] pode estimular os melhores alunos e até mesmo
fazer os medianos se esforçarem mais, mas não sei se vai
ter efeito nos piores alunos,
que são justamente os que
abandonam a escola. Eles
podem ficar sem esperança."
Para Klein, faltam, na rede
municipal do Rio, programas
para elevar as notas dos piores estudantes. "O aluno que
abandona a escola sai porque
não está aprendendo. E,
quando ele não está entendendo nada, não vê perspectiva de conseguir o conceito
máximo", diz.
Para a professora do departamento de sociedade,
educação e conhecimento da
UFF (Universidade Federal
Fluminense) Maria Lúcia
Oliveira, a medida não garante melhora na qualidade
de ensino.
"Não vejo isso como uma
política pública comprometida com a melhoria da qualidade do aprendizado, com a
formação dos alunos como
cidadãos. Absolutamente,
não atende uma educação
emancipatória, mas uma reprodutivista, da lógica do
mercado", afirma.
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